A cefaleia, nome técnico da dor de cabeça, é um problema comum e variado — existem mais de 150 tipos diferentes da condição.
Dependendo do caso, ela tem íntima relação com fatores anatômicos, posturais ou comportamentais. E a dor nem sempre se restringe ao crânio: quanto mais sofrimento na cabeça, maior a chance de algum incômodo logo abaixo também.
Numa via de mão dupla, a dor no pescoço (cervicalgia) ainda pode funcionar como gatilho para crises de enxaqueca. O diagnóstico preciso da causa do problema faz diferença para bolar o tratamento, mas o fato é que muita gente pode tirar proveito de exercícios e alongamentos voltados a essa região do corpo.
Daí a ideia do guia criado pelo Grupo de DTM e Cefaleia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a farmacêutica Allergan, disponível gratuitamente na internet.
O material alerta para a importância de manter uma boa postura no dia a dia: passar muito tempo com a coluna arqueada e a cabeça projetada para a frente, por exemplo, é fator de risco para desconfortos nos arredores do pescoço. A cartilha na íntegra pode ser solicitada por meio da página no Instagram do grupo da USP de Ribeirão Preto.
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2h30 de exercícios por semana afastam enxaqueca
Se você encara episódios de enxaqueca ou cefaleia tensional, dois dos principais tipos de dor de cabeça, tem mais uma razão para se exercitar.
De acordo com análise feita em cima dos dados de cerca de 15 mil brasileiros que participam do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa), seguir a recomendação de 150 minutos de atividade física moderada por semana diminui a frequência e a intensidade dessas chateações.
Veja: não se trata de exercícios localizados ou alongamentos para a região da cabeça e do pescoço, mas modalidades que fazem suar a camisa e ganhar condicionamento cardiorrespiratório — as atividades aeróbicas.
“O exercício diminui a carga de estresse e libera neurotransmissores que favorecem a melhora das dores”, explica a epidemiologista Alessandra Goulart, autora do trabalho conduzido pela USP.
Eis algumas dicas para incorporar o hábito à rotina:
- Coloque na agenda: reserve tempo para se exercitar. O estudo não viu resultados positivos no deslocamento ao trabalho, por exemplo.
- Deixe a crise passar: exercícios estão ligados à prevenção da dor, mas treinar durante a crise é má ideia — ela pode até piorar.
- Mexa-se sempre: os 150 minutos de exercício por semana devem ser distribuídos por pelo menos três dias.
- Não perca o sono: devido à descarga de adrenalina, deve-se treinar até quatro horas antes de dormir. Melhora o sono (e a dor).