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Boca Livre

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Esse é o blog de Patricia Julianelli, jornalista especialista em nutrição, esporte e qualidade de vida, além de apaixonada por comida e corrida de rua. Ela é autora do livro "Boca Livre - Comida e Boa Forma com Prazer e sem Neura" e apresentadora do quadro "Saúde em Movimento", da rádio CBN
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Precisamos falar sobre treinar fofo

Qualquer movimento é melhor que nenhum movimento, e há momentos em que nosso corpo precisa de gentileza e empatia

Por Patricia Julianelli
Atualizado em 10 jun 2024, 15h35 - Publicado em 10 jun 2024, 11h53
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  • Todo dia ela faz tudo sempre igual
    Levanta às cinco horas da manhã
    O treino é cedo, ela é pontual
    Mas nunca antes do shot de hortelã

    Todo dia ela diz que é para se cuidar
    Essas coisas que diz toda mulher
    Diz pra pegar leve no jantar
    Com ela é força, foco e fé

    Chico, perdoe-me pela paródia infame. Mas, dito isso: essa mulher não existe. Essa que acorda e faz tudo sempre igual. Que madruga sempre com disposição e entrega tudo no treino. Que não tem oscilação de humor nem de motivação.

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    Aproveitamento de 100%, sete dias por semana, só existe nas redes sociais. O olimpo sagrado onde ninguém falha. Onde performance é a meta e descanso é para os fracos. Onde mulheres não menstruam e filhos não fazem cocô mole. Onde todo mundo ama o trabalho e tem a honra de ser jurado de festival.

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    Na vida real, a gente passa a noite cuidando de filho com febrão. A gente madruga porque a reunião é presencial e do outro lado da cidade. A gente sente nos ombros a sobrecarga da jornada tripla. A gente fica de luto pelo Rio Grande do Sul e pelo Oriente Médio. A gente não sabe se tem dengue, Covid, influenza ou só exaustão mesmo.

    Há dias em que levantar da cama para se exercitar já é uma vitória. E esse movimento deve ser valorizado como tal. Depois de se recuperar de uma virose, por exemplo, não espere que o corpo volte com tudo. Seja gentil com ele. Faça movimentos mais suaves, reveja ritmo e intensidade, respeite sua percepção de esforço.

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    Há também os dias em que a cabeça não está legal. E não tem shot matinal nem banho frio que dê jeito.

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    Então, você tem duas opções: dormir mais 1 hora ou descer pra academia e treinar fofo. O termo ficou famoso na internet por representar aqueles dias em que você não treina com força total, digamos assim.

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    Eu não tenho dúvidas do que fazer. Qualquer treino é melhor que nenhum. E você sempre pode adaptá-lo ou negociar com a sua mente.

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    Quer um exemplo? Você tinha que fazer 5 km na esteira, treino em ritmo de prova. Comece pensando que vai só caminhar, mexer um pouco o corpo. Depois de andar por uns 10 ou 15 minutos, talvez você mude de ideia e queira fazer os tais 5 km.

    Eu, quando sinto que será mais difícil, já reservo um tempo maior para o aquecimento. Se, por exemplo, a planilha pedia 10 minutos de trote antes do treino de velocidade, eu caminho 10 minutos e então faço os 10 de trote. Serve para ativar os músculos e também a motivação.

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    Se nem a caminhada der jeito, faça da forma que conseguir. Que seja fofo, mas que seja. E, então, já foque no próximo treino.

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    Olha, não estou fazendo apologia ao treino fofo. Hoje em dia não podemos pedir mais empatia e menos preconceito que já falam em apologia. Aqui, só estou dizendo que qualquer movimento faz diferença. E que podemos “reservar” alguns dias para treinar fofo sem culpa.

    É claro que se você anda “fofando” em muitos treinos, precisa entender o motivo. E buscar soluções. Não há evolução no esporte sem disciplina e constância. “Fofar” deve ser exceção, jamais regra.

    Se vive doente e isso está bagunçando sua planilha, é hora de buscar ajuda médica, de priorizar a saúde. Se a cabeça anda sendo o inimigo, vale olhar para dentro e tentar conhecer seus gatilhos. Quem sabe até investir na boa e velha terapia.

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    Às vezes, é algo pontual na vida pessoal ou profissional que está boicotando os treinos. Ou é o próprio treino que precisa de um chacoalhão para ficar mais atraente, divertido ou desafiador. Em todas as alternativas, o lance é analisar, identificar o problema e agir.

    Mas saiba: nem todo dia ela faz tudo igual. E tá tudo bem. O importante é manter o movimento na vida.

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