Asma: o que é, quais são os sintomas e como é feito o tratamento
Adesão ao tratamento, acompanhamento médico regular e eliminação dos fatores que provocam as crises são estratégias fundamentais para o controle da doença
A asma é uma das doenças respiratórias mais frequentes, ao lado da rinite alérgica e da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Ela é mais comum em crianças e adolescentes, embora afeta pessoas de todas as idades. Entre os sintomas principais, estão incômodos respiratórios, como falta de ar, tosse e chiado no peito.
A asma não tem cura, mas é controlável a partir da adesão ao tratamento, do acompanhamento médico regular e da eliminação dos fatores que provocam a descompensação do quadro.
Por outro lado, o manejo inadequado favorece o surgimento das crises, que prejudicam a respiração e podem ser graves.
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O que é a asma?
A asma é uma doença inflamatória crônica do pulmão e das vias aéreas que obstrui a passagem de ar. Os casos são divididos em alérgicos ou não alérgicos.
As causas não são completamente esclarecidas pela ciência. No entanto, o seu desenvolvimento é associado a uma combinação de componentes genéticos e fatores ambientais.
O histórico familiar do agravo e de outros problemas respiratórios favorece o surgimento, principalmente quando se trata de casos em parentes próximos.
Entre os aspectos relacionados ao indivíduo, podemos citar a exposição à poeira, fumaça de cigarro, ácaros, mofo, fezes de barata, poluição, mudanças bruscas de temperatura e umidade, além de infecções virais.
Pessoas com outras condições alérgicas, como rinite e dermatite atópica, também apresentam mais chances de ter a doença, assim como aquelas com sobrepeso ou obesidade.
Além disso, existem outros três tipos de asma: a induzida por exercício, a gestacional e a ocupacional.
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Quais são os principais sintomas da asma?
A asma pode provocar dificuldade para respirar, chiado e aperto no peito, tosse persistente, além de respiração curta e rápida. A sensação descrita por pacientes é de como se faltasse ar para puxar para dentro dos pulmões nos momentos de crise.
Os sintomas variam de uma pessoa para outra, podendo ser leves ou graves. Além disso, vêm e vão ao longo do tempo, e costumam ser mais intensos durante a noite.
As manifestações podem se intensificar diante de mudanças radicais de temperatura e umidade, infecções respiratórias e exposição a gatilhos ambientais, como poeira, pólen, pelos de animais, perfumes fortes, odores de produtos de limpeza e esforço físico.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de asma é feito a partir de avaliação médica, que inclui a identificação dos sintomas, exame físico e de função pulmonar, chamado espirometria.
Nesse processo, também podem ser solicitados outros testes, como a radiografia de tórax e hemograma, que permitem descartar problemas de saúde com sinais semelhantes.
Diferença entre asma e bronquite
As duas condições estão relacionadas a processos inflamatórios dos brônquios, as estruturas que conduzem o ar para os pulmões. O problema leva a um inchaço na região, trazendo os indícios de desconforto respiratório.
Porém, asma e bronquite não são a mesma coisa. Veja algumas diferenças:
Asma: é mais ampla, os sintomas vem e vão ao longo do tempo, exceto em pacientes com quadros moderados ou graves. Pode ser alérgica ou não. Inclui tosse, geralmente seca. O tratamento é principalmente à base de corticoide e broncodilatadores e não há cura.
Bronquite: provoca uma tosse contínua, com eliminação de catarro. As causas variam de acordo com o tipo da doença, que pode ser aguda e crônica.
A primeira costuma ser provocada por vírus e bactérias, com prazo limitado de poucas semanas e pode ser curada.
A forma crônica é mais grave, com crises recorrentes que duram pelo menos três meses do ano, por dois anos consecutivos. Geralmente é fomentada pela exposição a substâncias como fumaça de cigarro, tabaco e produtos químicos e acompanha os indivíduos por toda a vida.
O tratamento da bronquite varia de acordo com o agente associado. Os cuidados incluem descongestionantes, vaporizadores e remédios para dor, além de medicamentos que devem ser prescritos por um médico, como broncodilatadores, expectorantes, anti-inflamatórios e antibióticos (estes somente no caso de infecções bacterianas).
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Asma tem cura?
A asma não tem cura.
Porém, o diagnóstico está longe de ser considerado sentença de uma rotina de pesares. A adesão ao tratamento é fundamental para garantir o controle e a qualidade de vida dos pacientes.
No front da linha de cuidado estão os corticoides, que são remédios que atuam diretamente sobre a origem do distúrbio: a inflamação. A maneira mais eficaz de conduzir essa medicação até os pulmões é através de dispositivos inalatórios, as tradicionais bombinhas.
“Esses aparelhos são extremamente seguros para poder propiciar o tratamento adequado de minimizar os efeitos adversos”, afirma o pneumologista Frederico Arrabal Fernandes, diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).
Os broncodilatadores são úteis para o asmático, desde que sejam utilizados com parcimônia. Também consumidos de maneira inalatória, eles são chamados de medicação de resgate e são úteis para o alívio imediato dos sintomas, especialmente durante uma crise.
Contudo, eles não atuam sobre a origem da doença e jamais devem substituir os corticoides. “Se o paciente tratar somente a crise, deixando o processo inflamatório de lado, a situação pode ficar cada vez mais grave. É fundamental gerenciar a asma de maneira contínua, para evitar a exacerbação”, explica o alergista Pedro Giavina-Bianchi Júnior, do Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai).
Como a doença apresenta uma variedade de quadros clínicos, o tratamento deve ser individualizado. A terapia é disponibilizada gratuitamente em unidades de saúde e no programa Farmácia Popular, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nem sempre é preciso usar os remédios para sempre. “Alguns pacientes têm sinais muito leves, que não precisam de tratamento de manutenção, podendo usar medicação apenas quando desenvolvem o sintoma. Agora, se o indivíduo passa a precisar de medicações de resgate mais do que uma vez por semana, consideramos que há necessidade de um tratamento mais agressivo para controlar a doença”, explica Fernandes.
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Manejo ambiental
O lar de uma pessoa com asma deve permanecer limpinho, com o objetivo de afastar especialmente os gatilhos para crises.
Além da manutenção diária, pode ser necessário implementar mudanças como a retirada de objetos como tapetes, cortinas ou objetos de pelúcia, que tendem a acumular poeira.
Uma estratégia útil para reduzir o contato com ácaros é o revestimento de colchões e travesseiros com forros de material impermeável, que devem ser lavados periodicamente, assim como a roupa de cama.
Os pets são permitidos, mas devem permanecer nos ambientes externos. Em apartamentos e casas menores, uma alternativa é pelo menos restringir o acesso dos bichanos aos quartos.
As orientações para reduzir os impactos também incluem a adoção de comportamentos saudáveis, que beneficiam quem vive com a doença ou não. A começar pela alimentação adequada, equilibrada e rica em frutas e vegetais.
Equivocadamente vista como perigosa, a prática de atividade física de maneira regular é fortemente recomendada. Nesse contexto, a única observação é evitar choques térmicos e se agasalhar apropriadamente em dias mais frios.
A fumaça oriunda das diferentes formas de tabagismo é considerada um dos principais vilões para os asmáticos. Além de evitar fumar, deve-se manter afastamento daqueles que o fazem.
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