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Quem passa a tomar remédio para colesterol ou pressão se exercita menos

Novo estudo mostra que usuários desses medicamentos têm maior risco de se tornarem sedentários e engordarem, o que compromete o tratamento

Por Chloé Pinheiro
Atualizado em 27 fev 2020, 12h30 - Publicado em 17 fev 2020, 14h31
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  • Ter um estilo de vida equilibrado, com prática regular de exercício físico, é fundamental para prevenir e tratar doenças cardíacas. Só que, quando a pessoa recebe a receita de um remédio contra colesterol e hipertensão, certas práticas saudáveis podem ser vistas como dispensáveis.

    É o que sugere um novo estudo feito com 40 mil finlandeses e publicado recentemente no Journal of the American Heart Association. Os participantes, em sua maioria mulheres, tinham em média 52 anos.

    Durante 13 anos, eles responderam questionários periódicos sobre a própria composição física, o nível de atividade física e o consumo de álcool e cigarros. As compras na farmácia também foram monitoradas para verificar se os voluntários começaram a tomar estatinas (que baixam o colesterol) ou anti-hipertensivos em algum momento da vida.

    No fim do período, os pesquisadores compararam os hábitos de quem aderiu aos comprimidos com os de quem seguiu sem remédios. E descobriram que os medicados tendiam a se exercitar menos — eles possuíam um risco 8% maior de cair de vez no sedentarismo. Esse grupo também era 82% mais propenso a ganhar peso ou mesmo se tornar obeso.

    Por outro lado, houve uma queda nas taxas de tabagismo e ingestão de álcool entre a turma que iniciou um tratamento medicamentoso contra pressão alta ou colesterol. Aliás, ex-fumantes costumam ganhar alguns quilos, porém isso não explica o aumento de peso que comentamos antes.

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    Ora, os indivíduos que cortaram o cigarro, mas não engoliram comprimidos ao longo do levantamento engordaram menos.

    A teoria da substituição

    Esse é o primeiro estudo em larga escala a avaliar a relação entre medicamentos que previnem panes cardiovasculares e estilo de vida. Para explicar os achados, os autores recorreram à “hipótese da substituição”.

    Esse pressuposto defende que os fármacos são vistos como uma maneira de substituir hábitos saudáveis. A pessoa imagina que, ao tomar uma ou mais drogas, já resolve o seu problema, seja hipertensão, colesterol alto ou o que for.

    Mas isso está longe da verdade. Ficar mais tempo no sofá pode diminuir os efeitos positivos de remédios que evitam infartos e derrames. Quem recebe o diagnóstico de uma doença cardiovascular deveria, na verdade, aliar as eventuais pílulas com um estilo de vida equilibrado. Em vez da teoria da substituição, aposte na da complementação.

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