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Jejum pode reduzir o gasto calórico e aumentar a fome

Estudo mostra mecanismo que faria o corpo poupar energia e ficar ávido por comida após cortes radicais na alimentação

Por Chloé Pinheiro
9 Maio 2019, 16h23
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  • Dietas muito restritivas ou mesmo a adoção de longos períodos de jejum aumentam a produção no corpo do chamado hormônio do crescimento. Pois pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) mostraram que essa substância dispararia a fome e faria o organismo reduzir seu gasto calórico – dois problemões para quem deseja emagrecer.

    O hormônio do crescimento é fundamental para manter os tecidos do corpo sadios e para o desenvolvimento na infância e adolescência. Mas, nesse estudo com camundongos, os experts focaram na sua atuação em uma família específica de neurônios que controlam o apetite e o gasto energético. “Ele envia um sinal para o cérebro indicando que o organismo está passando fome”, resumiu José Donato, fisiologista que coordenou o trabalho, ao site da Revista Pesquisa Fapesp.

    Esse alerta intensifica a vontade de comer e libera outros hormônios, que colocam o corpo numa espécie de modo de economia de bateria. Outros trabalhos já haviam demonstrado que a concentração do hormônio do crescimento sobe em situações de privação alimentar, porém os motivos dessa reação ainda eram desconhecidos.

    “Isso pode explicar porque indivíduos que fazem dietas restritivas, com o tempo, começam a ter dificuldade em sustentá-las”, interpretou Donato. O efeito da molécula no cérebro ainda é pouco estudado, e o achado inédito foi publicado no periódico Nature Communications.

    Como foi feito o estudo

    Primeiro, a equipe administrou uma dose de hormônio do crescimento a um grupo de roedores. Nessa etapa, descobriu-se que a substância se ligava às células de diversas áreas do hipotálamo, uma região cerebral que controla, entre outras coisas, a fome e o consumo de energia.

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    Do ponto de vista comportamental, os roedores que receberam a injeção hormonal passaram a comer mais do que o outro grupo, que tomou um placebo. Eles também gastavam menos energia.

    A equipe ainda fez um último teste com animais geneticamente modificados para serem insensíveis ao composto e que foram submetidos a uma dieta restritiva. Nessa situação, a ausência de receptores para o hormônio do crescimento fez com que as cobaias não sofressem aqueles efeitos colaterais.

    Em decorrência disso, o grupo perdeu 20% a mais de peso do que a parcela de roedores suscetíveis ao hormônio.

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    Vem remédio por aí?

    O grupo agora investiga como a descoberta pode ser usada no tratamento da obesidade. Uma das possibilidades é utilizar compostos que inibem o hormônio do crescimento – e, portanto, mantêm o corpo no modo gastador.

    Em um dos experimentos, os pesquisadores deram aos ratinhos um medicamento desses, usado no tratamento da acromegalia, condição em que o hormônio do crescimento provoca o aumento exagerado das extremidades do corpo. Nos animais, esse remédio contribuiu para a perda de peso.

    Para os autores, essa é uma evidência de que talvez seja possível usar fármacos do tipo no combate à obesidade. Porém, mais estudos são necessários para confirmar essa ação e entender as reações adversas da inibição do hormônio da cabeça aos pés.

    De qualquer maneira, vale lembrar que o ganho excessivo de peso não depende só de uma molécula. A obesidade é uma doença complexa, causada por fatores socioeconômicos, fisiológicos e hereditários. E é preciso abordar todos para enfrentá-la de maneira madura e sem discriminação.

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