Uma boa notícia vem direto de San Diego, nos Estados Unidos, onde aconteceu o 83º Congresso da Associação Americana de Diabetes (ADA), reunindo médicos e pesquisadores do mundo todo em torno do estudo do diabetes e de suas novidades.
Um dos grandes destaques foi a insulina semanal. Isso mesmo, uma insulina aplicada uma única vez por semana.
Chamada de Icodeca, ela é injetada com uma caneta, a exemplo das demais, mas, após ser absorvida, liga-se a proteínas no sangue que permitem uma liberação gradual ao longo de sete dias.
Durante a reunião da Associação Americana de Diabetes, foram apresentados dois estudos comparando a insulina semanal com insulinas com efeito semelhantes, mas aplicadas uma vez ao dia, em pessoas com diabetes tipo 2 que estavam com os níveis de glicose mal controlados mesmo tomando medicamentos de uso oral.
Os resultados: aqueles que usaram a insulina semanal tiveram melhor controle do diabetes e menor risco de sofrer hipoglicemias (quedas acentuadas nos níveis de glicose no sangue), sem diferenças em relação ao peso. Além disso, os pacientes referiram melhor qualidade de vida com o uso da insulina uma vez por semana.
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“A Icodeca poderá fazer com que a pessoa com diabetes tipo 2 dependa de 52 picadas de insulina ao ano em vez das 365 usadas atualmente”, compara o endocrinologista e pesquisador André Viana, que foi coautor de um dos estudos divulgados no evento.
Essa é uma vitória para a ciência e os pacientes, pois muita gente com diabetes tipo 2 precisa utilizar o hormônio em algum momento do tratamento e, a partir daí, ao longo da vida. Com uma insulina semanal, haverá menos barreiras de adesão nesse processo.
Também existem estudos promissores com a mesma Icodeca, desenvolvida pela Novo Nordisk, em pessoas com diabetes tipo 1. Nesse caso, ela poderá ser empregada semanalmente e correções mais imediatas na glicemia continuarão sendo feitas com as insulinas de ação rápida.
Segundo a endocrinologista Priscila Mattar, diretora médica da Novo Nordisk no Brasil, a expectativa é que a nova insulina esteja disponível no país em meados de 2025, após todas as aprovações da agência regulatória nacional.