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O que levar em conta para mudar seus hábitos alimentares?

Nutricionista reflete sobre os fatores que atrapalham ou facilitam a construção de uma alimentação mais equilibrada, prazerosa e saudável

Por Renata Cabral, nutricionista*
Atualizado em 20 jun 2022, 09h45 - Publicado em 19 jun 2022, 20h45
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  • Quando pensamos em adotar uma alimentação mais saudável, duas coisas passam pela nossa cabeça em um primeiro momento: “dieta” e “desânimo”. Parece tedioso demais comer “bem” ou um sacrifício cortar da rotina aqueles alimentos considerados “ruins”.

    É essa concepção que torna desafiador mudar hábitos alimentares. E gera frustração. Com certeza, você ou um conhecido já se frustrou uma ou várias vezes ao tentar “melhorar” a alimentação, não?

    Mas e se eu disser que uma alimentação mais saudável pode ser, sim, sinônimo de prazer, equilíbrio e variedade? Para transformar sua percepção a respeito e, consequentemente, suas atitudes, é preciso rever alguns conceitos.

    Cada vez mais nossa sociedade vive a cultura do foco no nutriente. O que é isso? Deixamos de ingerir comida para comer carboidratos, proteínas, gorduras… O mal do século, por sua vez, ora é o glúten, ora a lactose, ora o açúcar.

    Convivemos, assim, com a noção de que existem alimentos permitidos e outros proibidos, o que acaba com o prazer na hora de escolher o que comer. E, quanto mais a gente restringe nossa alimentação, maiores as chances de compulsão no futuro, como mostram as pesquisas. Ou seja, a tática não funciona e ainda nos expõe a riscos.

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    Claro que comer açúcares, gorduras e alimentos ultraprocessados em excesso não faz bem à saúde, mas o que em excesso faz bem para a vida?

    + LEIA TAMBÉM: Os cinco perigos das dietas restritivas

    Manter uma alimentação equilibrada depende de conhecer melhor o que pode (e deve) ir ao prato e resgatar o prazer com a comida. Envolve trazer o foco para o autocuidado e respeitar sua cultura e história de vida.

    O primeiro ponto que deve ser considerado na mudança de hábito alimentar é entender que existem sentimentos e emoções por trás das nossas escolhas. Sentir-se ansioso, triste, nervoso ou estressado interfere diretamente nas preferências alimentares.

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    O autoconhecimento e o desenvolvimento da sua percepção são requisitos fundamentais, portanto, para se alimentar de forma mais consciente e evitar que as emoções sejam direcionadas apenas para a comida.

    Depois, é preciso lembrar que somos seres sociais e que a comida sempre estará em torno dessa sociabilidade. Permitir-se, de vez em quando, ser indulgente e comer algo que traz uma sensação ou lembrança boa (em grupo ou sozinho) é também um ato de amor-próprio. Não vai ser isso que conspirará para os quilos a mais, se esse for seu receio.

    Outro ponto é que não conseguimos sustentar diversas mudanças ao mesmo tempo nem acelerar processos naturais do corpo. Mudanças sustentáveis exigem pequenos passos por um tempo determinado. Quando uma delas for automatizada, você pode partir para a próxima, construindo seu castelo de vida saudável.

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    + LEIA TAMBÉM: Estudo avalia se jejum intermitente é boa estratégia para emagrecer

    Por fim, não acredite em milagres, fórmulas mágicas ou pílulas inovadoras. Nosso organismo não funciona no ritmo das redes sociais. Quanto mais você se tornar consciente das suas escolhas, dos sentimentos e da história que está por trás das suas atitudes, menos desafiador será mudar e incorporar um estilo de vida equilibrado.

    Que tal pensar agora em uma alimentação saudável como um ato de amor-próprio, que nutre não só seu corpo, mas também sua alma? Procure se conhecer e entre em ação. Maratonas também são concluídas com pequenos passos, um após o outro.

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    * Renata Cabral é nutricionista e coach na área de bem-estar e estilo de vida

     

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