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Como fica a saúde do adolescente em tempos de pandemia?

Jovens passam mais tempo nas telas, se exercitam menos, comem mais junk food e sofrem com ansiedade, indica pesquisa brasileira

Por Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista*
27 set 2020, 09h51
saúde adolescente
Estudo da SBU revela impactos da pandemia na rotina e na saúde dos adolescentes. (Foto: GI/Getty Images)
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Estamos caminhando para sete meses de pandemia do coronavírus e todos nós já sentimos de alguma forma seus efeitos, seja na saúde física, seja na mental. Muito já foi dito sobre como a Covid-19 afetou idosos, mulheres, homens e crianças, mas pouco sabemos sobre seus reflexos entre os adolescentes. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) está fazendo uma pesquisa inédita para avaliar como anda a saúde dos mais jovens nesse período. A iniciativa vai de encontro à campanha #VemProUro, que a SBU realiza há três anos a fim de incentivar a ida dos meninos ao médico e engajá-los em cuidados permanentes com o corpo e a mente.

Nesse novo estudo, foram ouvidos até agora 267 adolescentes (170 garotos e 87 garotas ) de 12 estados brasileiros. As entrevistas apontam dados importantes e preocupantes: com a pandemia, houve uma piora significativa na qualidade de vida dos mais jovens. Para 68% dos participantes, houve aumento de ansiedade, irritabilidade e outras mudanças de humor.

Somente 5% afirmam não perceber nenhuma alteração que tivesse prejudicado de alguma forma a própria vida. Entre os motivos para a piora na saúde mental, destacam-se a quebra do contato com os amigos, o fim da rotina diária de ida à escola e o afastamento de familiares.

O tempo de exposição a computadores, tablets, smartphones, TVs e jogos também apresentou crescimento significativo. Antes da pandemia, 18% dos jovens relataram fazer uso das tecnologias digitais por mais de seis horas diárias. Com o isolamento, quase 60% dizem gastar mais de seis horas por dia nesses dispositivos.

Se o tempo de exposição às telas foi maior e os encontros presenciais menos frequentes, muitos encontraram nesse ambiente uma forma de exercer sua sexualidade: 16% dos entrevistados relataram ter aumentado a frequência de sexo virtual e/ou masturbação via conteúdos eróticos online.

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Os hábitos alimentares e o sedentarismo também pioraram. Antes da pandemia, 82% dos adolescentes declararam fazer algum tipo de atividade física ao menos duas vezes por semana. Após a Covid-19 se instalar, mais da metade assume não praticar nenhum exercício ou fazê-lo apenas uma vez por semana. Cerca de 70% dos adolescentes bebem refrigerantes de uma a duas vezes por semana, e 50% aumentaram a ingestão de junk foods (comida rica em calorias e de baixa qualidade nutritiva, como batata frita, salgadinhos, biscoitos recheados etc).

Além desses dados, observamos que o acesso ao médico fora do contexto de urgência e emergência ainda é muito limitado. A maioria alega ser o clínico geral o profissional com quem tem maior contato. Cerca de 30% dos adolescentes não vão ao médico regularmente e o principal motivo apontado por eles é o fato de “os pais não levarem”.

Como já revelado em pesquisas anteriores, os meninos raramente vão ao urologista, especializado na saúde do homem, enquanto as meninas procuram com maior frequência e mais precocemente o ginecologista. De acordo com os dados obtidos, apenas 1% dos adolescentes do sexo masculino já foi ao urologista e 34% das meninas fazem consultas anuais ao ginecologista.

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Esses achados nos fazem pensar que precisamos evoluir nos cuidados com a saúde física e mental dos adolescentes. A SBU quer contribuir com essa causa alertando as famílias, escolas e profissionais de saúde para que dialoguem juntos e reflitam quais são as medidas mais efetivas para que garotos e garotas se tornem adultos saudáveis.

* Daniel Suslik Zylbersztejn é urologista e coordenador da campanha #VemProUro, da Sociedade Brasileira de Urologia

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