É de se lamentar que o consumo de feijão venha caindo tanto nas mesas pelo Brasil. A ciência da nutrição demonstra cada vez mais a força dessa e de outras leguminosas no combate a doenças. Entre os achados mais recentes, está precisamente sua capacidade de evitar a formação de tumores.
Uma das explicações para esse efeito, segundo avaliação do Laboratório de Prevenção do Câncer da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, é o fato de o feijão ter baixo índice glicêmico. O que isso quer dizer? Que ele faz a glicose chegar à corrente sanguínea mais lentamente e, assim, o pâncreas não precisa liberar um caminhão de insulina para dar conta desse açúcar. E o câncer com isso? Há evidências de que, num cenário de muita insulina circulando, se um princípio de tumor aparecer, ele tem maior chance de prosperar. É por essas e outras que a ingestão desse alimento já reduziu, em experiências com cobaias, a progressão de tumores de mama.
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E ainda podemos contabilizar outra vantagem de cultivar a presença não só de feijão, mas também ervilha, lentilha, soja e grão-de-bico, no cardápio. Esses itens são carregados de fibras. Daí que colaboram para a eliminação de compostos tóxicos ao organismo. Veja o exemplo do feijão-carioca: em 100 gramas, são 8,5 gramas dessa substância varrendo para fora as ameaças ao intestino.
Há algum tipo de feijão com propriedades especiais?
Além das já citadas fibras, feijões são uma tremenda fonte de proteínas. Só que os bioquímicos estão percebendo agora que existem algumas variações proteicas com habilidades específicas. Entre elas, a de boicotar tumores. É por isso que, sim, dá pra dizer que alguns feijões realmente brilham mais.
É o caso do feijão-fradinho, também chamado de feijão-caupi, tão popular no Nordeste do país. Trabalhos de laboratório sinalizam que sua proteína agrega moléculas capazes de cortar o mal pela raiz. Não se sabe quanto seria preciso comer para se proteger, mas a ideia é que incluir o grão no cardápio já some pontos a favor do organismo.
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Mas não é só a proteína que carrega a fama dos feijões. Eles também chegam a ofertar uma classe porreta de antioxidantes: os polifenóis. Essas partículas dão um chega pra lá nos radicais livres, moléculas que podem lesar o DNA e contribuem, assim, para o surgimento de células malignas. Nesse quesito, quem leva a parada é o feijão-preto. Ele guarda antocianina, pigmento de potencial antioxidante e anti-inflamatório.
Uma dica, na hora do cozimento, é jogar uma folha de louro e um dente de alho em cada quilo de feijão levado à panela. São temperos capazes de neutralizar os fitatos, componentes que podem atrapalhar a absorção dos nutrientes do alimento. Aí até o paladar sai ganhando.