Black Friday: assine a partir de 1,00/semana
Continua após publicidade

Açúcar é uma bomba para os hipertensos

O excesso de açúcar seria até pior que o abuso de sódio em matéria de pressão arterial. Saiba como isso pode repercutir à sua mesa

Por Juliana Duarte
Atualizado em 11 mar 2019, 10h43 - Publicado em 16 Maio 2016, 15h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A notícia não é doce, aliás é até indigesta, para os mais de 40 milhões de brasileiros com pressão alta – especialmente para a parcela dessa gente que tem paladar de formiga. Segundo um estudo recém-publicado por dois médicos americanos, exagerar na sobremesa e em outros produtos açucarados teria um efeito mais pernicioso sobre os vasos sanguíneos do que sobrecarregar no sal. O título do artigo já dá uma ideia das suas conclusões: “Os cristais brancos errados…” Ora, se já está comprovado que os fãs do saleiro tendem a sofrer com o aperto nas artérias, será que o açúcar tornaria o cenário mais drástico?

    Para a pesquisa, os cardiologistas James DiNicolantonio e Sean Lucan compararam 120 casos de pessoas que se excediam nas porções de doces ou salgados. “Notamos um efeito hipertensivo duas vezes maior nos indivíduos que ingeriam mais açúcar e carboidratos”, relata DiNicolantonio, do Instituto do Coração Saint Luke’s Mid America. Não contentes em revelar esse elo, os estudiosos foram examinar quais as razões fisiológicas que fariam do açúcar um vilão para os vasos. E perceberam que elas não são poucas.

    Uma das principais, segundo DiNicolantonio, é que seu consumo exacerbado e frequente costuma elevar a concentração de ácido úrico no organismo, situação que por si só causa alterações no revestimento interno das artérias capazes de levar ao aumento da pressão. Mais: a alta no ácido úrico contribuiria para a retenção de sódio, outro estímulo para a hipertensão aparecer.

    A confusão molecular dá as caras em outras frentes. E falaremos agora da resistência à insulina. Acompanhe o raciocínio: sempre que uma pessoa abusa do açúcar de mesa e de outros carboidratos, ela se sujeita a desenvolver, com o tempo, uma espécie de má atuação do hormônio que libera a entrada da glicose nas células. O organismo até tenta compensar, despejando mais insulina na circulação… “Mas esse estado de resistência e o excedente de glicose circulante acabam favorecendo o aumento da pressão e o envelhecimento das artérias”, explica Marcus Bolívar Malachias, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

    Por fim, ainda há uma ligação indireta entre o apetite açucarado e o sofrimento dos vasos. É o ganho de peso. A obesidade instaura um processo inflamatório generalizado que sabota a circulação e ainda está associada à tal resistência à insulina e à elevação do ácido úrico. Aí o raciocínio se fecha e a pressão decola. Não por menos, a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica calcula que metade dos cidadãos acima do peso tenha hipertensão.

    Continua após a publicidade

    Ciladas e saídas
    Preocupação em dose dupla despertam refrigerantes e outras bebidas industrializadas. Um levantamento conduzido pela Sociedade Europeia de Nutrição Clínica e Metabolismo com 13 843 espanhóis flagrou uma íntima relação entre o maior consumo desses produtos e o aparecimento da pressão alta. Isso reforça a necessidade de maneirar nesses refrescos – sobretudo se você já é hipertenso.

    Agora, tantas acusações contra o açúcar (seja no copo de refri, seja na bolacha recheada) não devem desligar o alerta sobre o sal. “Pelo contrário. Os dois ingredientes em excesso são prejudiciais e devem ser ingeridos com parcimônia”, afirma o cardiologista Luiz Bortolotto, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo. Nesse sentido, uma forma de guiar o cardápio é aderir ao esquema da Dash, a dieta para baixar a pressão criada há décadas nos Estados Unidos e que é abastecida de frutas, hortaliças, oleaginosas e lácteos magros. Ela própria já preconiza o consumo reduzido de sal e… de açúcar! Na dúvida entre o pior dos cristais brancos, é prudente tomar cuidado com os dois.

    Continua após a publicidade

    Limite a doçura
    Da mesma forma que os especialistas indicam nunca ultrapassar 2 gramas de sódio por dia (ou 5 gramas de sal), há uma orientação para não se entupir de açúcar. A Organização Mundial da Saúde estipula que apenas 5% das calorias diárias devam vir do ingrediente – só que, lembre-se, nessa conta entram os produtos industrializados. Daí que o recado é restringir ao máximo as colheradas de açúcar extra no suco, no café… O ideal é jamais passar de 1 colher de sopa de açúcar de mesa por dia.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.