O coração ocupa metaforicamente o palco de centro das emoções — posto que, fisiologicamente, quem detém é o cérebro. Mas a música mostra que essa interface entre o peito e a cabeça tem tudo a ver e ainda repercute de um jeito muito particular em cada ser humano.
É o que constata um pequeno estudo capitaneado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França. Na experiência, oito pessoas que usavam marca-passo — dispositivo que corrige arritmias e permite monitorar o ritmo do coração — foram convidadas a ouvir uma sequência de concertos ao vivo.
Os cientistas descobriram, então, que os batimentos delas reagiram de forma milimetricamente diferente diante dos mesmos trechos musicais. Isso prova que as melodias disparam reações de estresse e excitação únicas e individuais e abre a perspectiva de criar ou utilizar composições personalizadas para acalmar os ânimos, baixar a pressão e conter falhas no ritmo cardíaco.
O que eles ouviram
Na pesquisa francesa, os participantes apreciaram concertos ao vivo com obras de compositores clássicos como o alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750) e o franco-polonês Frederic Chopin (1810-1849) e do contemporâneo americano Jonathan Berger. A maior parte dos estudos desse tipo é feita com música instrumental.