Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, acompanharam 125 mulheres infectadas com zika e 63 sem a doença que haviam dado à luz até julho de 2016. Após o parto, os cientistas avaliaram os bebês usando exames físicos e ressonâncias cerebrais, além de diagnósticos através do líquido amniótico.
Descobriu-se, então, que a microcefalia é apenas um dos males causados pelo vírus. No estudo, 46% das gestantes afetadas tiveram filhos com algum tipo de anomalia, como lesões cerebrais, problemas oftalmológicos, surdez, dificuldades para se alimentar e outras alterações mais sutis. Todas essas consequências integram a chamada síndrome da zika congênita.
A questão é que muitas dessas consequências passam despercebidas nos exames usuais. Um bebê aparentemente normal pode manifestar alguma limitação não detectada em testes de rotina. “É importante saber isso, porque, quanto mais precoce for o diagnóstico, mais oportunas e efetivas serão as medidas que asseguram o melhor desenvolvimento das crianças”, disse, em nota, Patrícia Brasil, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), uma das autoras do estudo.
Ela ressalta que é essencial acompanhar o bebê de uma mãe invadida pelo zika para detectar qualquer problema. Olho vivo neste verão.