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Vitaminas para queda de cabelo? Melhor não tomar, alertam médicos

A perda dos fios pode estar associada a inúmeras causas, sendo a falta de vitaminas só uma delas. Diagnóstico correto ajuda na busca do tratamento eficaz

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 10 abr 2023, 16h47 - Publicado em 13 jan 2022, 19h37
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  • Quem começa a notar uma leve queda de cabelo ou prevê o início da calvície sempre pensa que a causa pode ser a falta de vitaminas. Dermatologistas, no entanto, esclarecem que a perda de fios pode ter diversas origens – e o tratamento adequado depende de identificar a motivação correta.

    Em primeiro lugar, é importante entender se essa queda é realmente significativa. “O fio de cabelo tem um ciclo de vida: ele nasce, cresce e morre”, explica Valéria Campos, dermatologista de Jundiaí (SP), e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Perdemos, naturalmente, de 100 a 200 deles por dia, proporcionalmente à quantidade que temos de cabelo”, acrescenta.

    Por isso, a preocupação só deve surgir se a situação fugir do controle e começarem a ser flagrados muitos fios no travesseiro, no chão da casa ou na mesa de trabalho. Mesmo assim, o gatilho nem sempre é a deficiência de nutrientes.

    “A falta de vitaminas é apenas uma das possíveis causas do problema. Ele pode também ter relação com estresse, abuso de medicamentos ou alguma complicação de saúde”, afirma Fabiane Mulinari Brenner, coordenadora do Departamento de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Hoje, sabemos que até a Covid-19 é capaz de provocar queda de cabelo”, ressalta a expert.

    + LEIA TAMBÉM: 11 problemas que fazem o cabelo cair

    Se os fios estão caindo em quantidade alarmante, é preciso investigar se há realmente alguma vitamina ou mineral faltando no organismo antes de sair engolindo suplementos.

    “Determinadas substâncias agem em conjunto para melhorar o aspecto da pele, das unhas e do cabelo. Se a pessoa escolhe só uma delas e se automedica, pode até piorar o problema, porque suplemento em excesso também faz mal”, alerta Valéria.

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    E nem adianta apostar nos multivitamínicos, que têm um pouco de diversos tipos de vitaminas e minerais. Essa quantidade, muitas vezes, não é suficiente para suprir a falta de algum nutriente – caso esse realmente seja o motivo do rarear dos cabelos.

    Um ótimo remédio para evitar a escassez de micronutrientes é se alimentar bem. “Deficiências ocorrem porque há muita gente fazendo dietas restritivas. Aí, quando se deixa de comer um tipo de alimento, o corpo entra em desequilíbrio”, aponta Valéria.

    + LEIA TAMBÉM: 7 problemas comuns que afetam os cabelos – e o que fazer para revertê-los

    Muitas vezes a causa é genética

    Quem tem a popular calvície, chamada na verdade de alopecia androgenética, percebe um afinamento progressivo dos fios, principalmente no topo da cabeça. Esse é um quadro de origem hereditária. Os primeiros sintomas começam na adolescência”, ensina Fabiane.

    A alteração pode vir do lado do pai ou da mãe e há vários genes envolvidos nesse processo. “Homens ou mulheres podem nascer com combinações diferentes deles”, relata a dermatologista.

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    Nesses casos, a suplementação faz ainda menos sentido, já que, reforçando, trata-se de um problema genético. “Hoje, quem busca o médico mais cedo pode fazer um tratamento preventivo com medicamentos e até produtos tópicos”, observa a dermatologista da SBD.

    Ela afirma que essas opções são embasadas por estudos científicos e possuem, hoje, poucos efeitos colaterais.

    “Para os homens, há um medicamento específico, a finasterida. Ele combate a enzima que converte a testosterona em di-hidrotestosterona, que provoca a queda de cabelo. Já as mulheres devem tomar um grupo de medicamentos que bloqueia a ação da testosterona”, descreve Fabiane.

    Claro, o mercado ainda oferece transplantes e tratamentos à base de lasers e luzes de LED – mas só um médico pode indicar a melhor opção para cada caso.

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    Mais motivos de queda de cabelo

    Há a alopecia areata, uma doença não contagiosa e autoimune. Significa que alguma parte do corpo é agredida pelo próprio sistema imunológico – nesse caso, é o folículo pilosebáceo, ou seja, a raiz dos cabelos.

    Surgem áreas completamente arredondadas sem cabelo no couro cabeludo e em outros locais que normalmente teriam pelo.

    Normalmente, é associada a determinados gatilhos, como estresse, infecções, períodos de muito cansaço ou uso de alguns tipos de remédio.

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    Já o chamado eflúvio telógeno é caracterizado pela queda difusa, mas sem afinamento dos fios. Pode ser provocado por remédios, estresse, cirurgias, anemia, alterações da tireoide e, mais recentemente, Covid-19. Para se livrar do quadro, é preciso tratar a causa correta.

    Mulheres podem apresentar a queda também no caso de ovário policístico ou no período de menopausa, e a reposição hormonal ora ajuda, ora prejudica a tendência para queda.

    Um aviso deixado por Valéria diz respeito abuso do uso de formol para alisamento do cabelo. “Vejo casos até irreversíveis de queda de cabelo no consultório por causa do uso desse tipo de produto”, informa.

    Como se vê, há diversas possibilidade por trás das clareiras que aparecem na cabeça. Identificar o gatilho para a queda é o primeiro passo para chegar a um tratamento verdadeiramente eficaz – que nem sempre terá a ver com um pote de cápsulas.

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