Aliar um simples questionário, chamado de FRAX, com eventuais exames de densitometria óssea pode evitar muitas fraturas de quadril em mulheres mais velhas. Segundo um trabalho das universidades britânicas de Birmingham, East Anglia, Bristol, Leicester, York e Sheffield, o método diminuiria em 28% o risco de quebras nesse osso ao longo de cinco anos.
O artigo científico que traz esses dados, publicado em dezembro de 2017 no periódico The Lancet , envolveu mais de 12 mil senhoras entre 70 e 85 anos. Metade respondeu ao questionário em questão – quando necessário, algumas se submeteram ao exame de densitometria óssea.
O tal FRAX prevê o risco de fraturas nos próximos dez anos com base em certos marcadores, como idade, histórico de fraturas, densidade dos ossos… Você mesmo pode fazer o cálculo, embora o ideal seja contar com apoio médico e os dados daquele exame de densitometria óssea.
Voltando ao estudo, essa avaliação personalizada aumentou o número de mulheres sendo tratadas contra a osteoporose – isso em comparação com as que seguiram um acompanhamento normal. Conclusão: o método ajudou os médicos na decisão de optar pelo tratamento ou não – o que resultou naquela diminuição no risco de fraturas de quadril.
“As consequências dessa lesão para pessoas mais velhas, como a redução da mobilidade e a perda de independência, podem ser devastadoras”, ressalta Neil Gittoes, professor da Universidade de Birmingham, em entrevista ao site da Universidade de East Anglia.
Segundo Lee Shepstone, da Universidade de East Anglia, menos de um terço desse tipo de paciente consegue se recuperar totalmente. E pior: um ano após a quebra do quadril, a mortalidade chega a incríveis 20%.
“Se essa estratégia de triagem fosse usada exatamente da mesma forma do estudo em todas as mulheres britânicas entre 70 e 85 anos, há uma estimativa de que seria possível prevenir cerca de 8 mil fraturas de quadril por ano”, diz o professor. É muita coisa! Agora imagine esse número em um país com as proporções do Brasil?