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Gonorreia: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

Infecção sexualmente transmissível, a gonorreia afeta homens e mulheres e causa complicações como infertilidade. Veja como evitar e quais os remédios usados

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 29 abr 2021, 10h29 - Publicado em 14 out 2020, 16h09
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  • O que é gonorreia

    Gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, popularmente chamada de gonococo. Ela também pode passar da mãe para o bebê durante o parto.

    O problema, frequente em homens e mulheres, costuma afetar a uretra e o colo do útero — bem como o reto e a garganta quando se pratica sexo anal e oral, respectivamente. Dor e ardência são sinais comuns. Nas crianças recém-nascidas, atinge principalmente os olhos, com potencial de deflagrar a perda de visão.

    O período de incubação da Neisseria gonorrhoeae é de até uma semana. Ou seja, ela pode permanecer sete dias no organismo antes de disparar sintomas.

    Estima-se que entre 1% e 2% da população mundial carregue essa bactéria no corpo. Como não é uma doença de notificação compulsória no Brasil, desconhecemos sua incidência exata por aqui.

    Ainda existe um estigma que liga a gonorreia a um comportamento, digamos, devasso. Mas qualquer pessoa sexualmente ativa que não use camisinha está vulnerável a ela.

    Gonorreia masculina x gonorreia feminina

    O ginecologista Regis Kreitchmann, vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infecto-Contagiosas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), conta que essa IST se manifesta de formas diferentes em homens e mulheres.

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    A começar pelo fato de que a infecção em geral não provoca sintomas no sexo feminino, mas no masculino, sim. “Nos homens, pode vir acompanhada de pus e ardência para urinar”, informa o especialista. Dor ou inchaço nos testículos também ocorrem.

    Quando os sinais da gonorreia aparecem na ala feminina, tendem a envolver secreção vaginal e dor ao transar e fazer xixi. Dor pélvica e sangramento fora do período menstrual eventualmente dão as caras.

    Sintomas de gonorreia

    Dependendo da porta de entrada, a gonorreia causa diferentes encrencas em ambos os sexos. Entre elas, temos:

    Quais são as complicações

    Cabe destacar que elas costumam decorrer da falta de diagnóstico ou de um tratamento inadequado. E, aqui, as mulheres são mais atingidas.

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    No sexo feminino, as complicações incluem doença inflamatória pélvica e infertilidade. Elas acontecem devido à invasão da bactéria em outras partes do corpo.

    Nos homens, há o risco de ocorrer uma prostatite. Trata-se de uma inflamação na próstata que desencadeia dores, incontinência ou retenção urinária, febre, mal-estar…

    E tanto em mulheres como homens, há a possibilidade de surgir a chamada artrite infecciosa. Sim, estamos falando de perda de mobilidade e incômodos nas articulações.

    Kreitchmann vai além. “Quando uma mulher infectada está grávida e faz um parto vaginal, o bebê pode desenvolver conjuntivite neonatal”, avisa. Sem tratamento, o quadro leva à cegueira.

    Para evitar esse problema, as maternidades brasileiras aplicam um colírio de nitrato de prata assim que as crianças nascem. Mas há profissionais que recomendam adotar o tratamento apenas nos filhos das mães com casos confirmados de gonorreia. Converse com seu médico.

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    “Além disso, durante a gestação, a enfermidade provoca infecção do líquido amniótico, rompimento da bolsa antes do tempo e parto prematuro”, complementa Kreitchmann.

    Prevenção da gonorreia

    Não tem segredo: para evitar essa chateação, aposte na camisinha. “Também é importante realizar o diagnóstico precoce e tratar, mesmo quando não há sintomas”, diz o membro da Febrasgo. Com isso, o risco de transmissão da gonorreia para outras pessoas cai consideravelmente.

    Como é feito o diagnóstico

    Em geral, a detecção na população masculina é mais simples. O médico descobre a doença a partir dos sintomas e de uma conversa sobre as últimas relações sexuais do paciente. Quem foram os parceiros? Houve sexo oral e anal? Você usou preservativos?

    “Com as mulheres, o ideal é sempre fazer um exame de biologia molecular com coleta de secreção ou urina”, orienta Kreitchmann. Essa é uma tecnologia similar ao teste de PCR usado para detectar o coronavírus — e pode ser indicada de tempos em tempos ou se surgir alguma suspeita, a depender também dos hábitos da mulher e de uma análise do profissional de saúde.

    O problema com esse método é que ele nem sempre está disponível na rede pública por ser caro. Nessas situações, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma análise do material coletado no colo do útero ou da uretra.

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    Gonorreia tem cura? Saiba como funciona o tratamento

    O tratamento da gonorreia consiste no manejo dos sintomas e das complicações e, principalmente, na utilização de antibióticos. Atualmente, há uma tendência de injetar um desses remédios na veia do paciente, em dose única. A droga está disponível gratuitamente no SUS e também deve ser administrada nos parceiros sexuais recentes.

    No entanto, o tipo de antibiótico e a forma de aplicação mudam constantemente. Isso porque a Neisseria gonorrhoeae possui alta capacidade de mutação. “Ela tem se tornado resistente a certos antibióticos. Já sabemos de casos na Ásia que não respondem aos medicamentos convencionais”, alerta Kreitchmann.

    Nessas situações, ela é chamada de super-gonorreia ou gonorreia multirresistente. E já é considerado um problema de saúde pública.

    Fora isso, o contágio por gonococo frequentemente vem associado à clamídia, outra IST que é até mais prevalente. “A gente costuma fazer o tratamento para às duas em conjunto”, aponta Kreitchmann.

    Se tudo der certo, o tempo de cura da gonorreia pode ser em menos de uma semana. Mas você pode voltar a se infectar. Mais uma razão para fazer sexo protegido.

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