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O que é a dengue?

O vírus da dengue é um grande problema de saúde pública do país – ainda mais no verão. Saiba tudo sobre essa infecção, dos sintomas ao tratamento

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 30 jan 2020, 15h48 - Publicado em 6 dez 2018, 18h25
o que é dengue e quais seus sintomas?
Doença viral transmitida pelo Aedes aegypti, dengue se torna mais incidente no verão (Foto: Divulgação/SAÚDE é Vital)
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O que é a dengue? Trata-se de uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Ela não tem tratamento específico, causa sintomas como febre alta e dores no corpo e pode até matar. Sua incidência aumenta no verão, em dias quentes e úmidos.

O vírus que provoca essa doença pertence ao grupo dos arbovírus, que são passados por picadas de insetos, principalmente mosquitos. Existem quatro tipos de vírus da dengue.

“Portanto, é possível ser infectado até quatro vezes”, explica a infectologista Melissa Barreto Falcão, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). “Após a infecção, o corpo fica permanentemente imune contra o sorotipo que o atacou”, completa.

Como a dengue é transmitida e como evitar?

O vírus passa através da uma fêmea do mosquito Aedes aegypti que já esteja infectada por anteriormente ter picado alguém com esse inimigo no corpo. “A partir daí, ela passa a transmiti-lo enquanto estiver viva”, aponta Melissa.

Para depositar seus ovos e se reproduzir, o mosquito precisa de água parada. Por isso, é importante evitar acúmulo do líquido em recipientes como vasos de plantas, garrafas e pneus, e manter as caixas d’água fechadas.

O uso de repelentes também é uma boa opção, principalmente em locais mais infestados. Respeite as orientações presentes na embalagem.

Quais são os principais sintomas?

A dengue provoca, entre outras coisas, uma inflamação nos vasos sanguíneos. Em decorrência disso, os sinais de sua presença são:

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  • Febre acima de 38,5˚ C
  • Dor de cabeça, nas articulações e muscular intensas
  • Dor ao movimentar os olhos
  • Mal-estar
  • Falta de apetite
  • Enjoo e vômitos
  • Manchas vermelhas no corpo

“Dor intensa na barriga, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos nas cavidades do corpo (abdômen, coração e pulmão), sangramentos, pressão baixa e aumento do fígado são sinais de que há risco de se agravar, o que costuma acontecer após melhora da febre”, atesta a médica. Essa é a dengue hemorrágica, hoje chamada de dengue grave.

Quanto tempo dura?

Na maioria dos casos, os sintomas da dengue duram até dez dias. Mas a fraqueza e mal-estar podem permanecer por algumas semanas.

Como é feito o diagnóstico?

Se o paciente apresenta os sintomas clássicos, geralmente a detecção é feita no consultório do médico mesmo. Mas o diagnóstico também pode ser confirmado com um exame de sangue. Nesse caso, ele é realizado de acordo com a fase da doença e da disponibilidade nos serviços de saúde.

A dengue tem cura?

Sim, mas não por meio de remédios. Normalmente, a cura é espontânea, conforme o próprio corpo debela o vírus da dengue.

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“O paciente só vai a óbito nos casos graves e, em geral, quando não recebe tratamento inicial adequado”, relata Melissa.

Como é o tratamento?

“Não há tratamento específico”, reforça Melissa. O que se faz é aliviar os sintomas e tentar evitar as formas graves, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde.

As orientações para quem está infectado são: fazer repouso, ingerir bastante líquido e nunca tomar medicamentos por conta própria.

Já tem vacina?

No momento, só existe uma vacina contra dengue registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está disponível na rede privada. São necessárias três doses no intervalo de um ano.

Mas atenção: o imunizante só deve ser aplicado em pessoas que já tiveram a enfermidade pelo menos uma vez.

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“A vacina não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), mas o Ministério da Saúde está acompanhando os estudos de outras vacinas”, finaliza a infectologista.

Qual a situação atual de casos da dengue?

Até o dia 10 de novembro, ela havia sido propagada para 228 042 brasileiros ao longo de 2018, segundo o Ministério da Saúde. Apesar dos casos terem aumentado um pouco em relação ao mesmo período de 2017 (226 675), o número de óbitos caiu em 21%: foi de 173 mortes em 2017 para 136 neste ano.

Uma das preocupações em torno desse problema está relacionada à dificuldade de combatê-lo. De acordo com a infectologista Melissa Barreto Falcão, o Aedes aegypti está presente em todas as regiões do país, com ampla distribuição e circulação simultânea dos quatro sorotipos do vírus.

“Existem numerosos programas de erradicação do mosquito, porém o que vemos é a manutenção de epidemias de dengue e a chegada de novos vírus transmitidos pelo mosquito, como aconteceu com o zika e o chikungunya”, afirma a especialista.

Melissa acredita que essa difusão de doenças, mesmo diante de tantas ações de combate ao inseto, ocorre pela luta ir além da esfera da medicina. “Ela depende de políticas públicas que aumentem o acesso da população ao saneamento básico. Isso inclui o tratamento da água, a canalização e o tratamento de esgotos e a limpeza pública de ruas e avenidas”, complementa. O problema é que tudo isso é dificultado pelo crescimento desordenado das cidades.

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Fonte: Melissa Barreto Falcão, infectologista do Hospital Geral Clériston Andrade e da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), na Bahia, e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

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