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O forte elo entre herpes e Alzheimer, segundo novo estudo

Pacientes mais velhos que sofreram com esse vírus correm risco maior de desenvolver essa demência. Mas o tratamento contra ele afastaria o Alzheimer

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 6 out 2020, 17h04 - Publicado em 25 jul 2018, 10h02

O Alzheimer, marcado principalmente por uma perda progressiva da memória, é uma doença angustiante. Mesmo com tantos avanços da medicina, não há um tratamento curativo e nem sua causa é conhecida direito. Mas pesquisadores britânicos sugerem que um dos possíveis vilões por trás dessa demência é um velho conhecido nosso: o vírus do herpes.

Dois professores das universidades de Manchester e Edimburgo, no Reino Unido, publicaram recentemente um comentário sobre três estudos taiwaneses no periódico Journal of Alzheimer’s Disease. Eles argumentaram que os trabalhos trazem fortes evidências de que há uma ligação entre essa infecção e o Alzheimer.

Entre os levantamentos orientais, um se destaca. Seus autores observaram, de 2001 a 2010, 8 362 indivíduos de 50 anos ou mais que manifestaram, no ano 2000, sintomas consideráveis da presença do vírus herpes simplex tipo 1 – bolhas na boca ou no corpo, por exemplo. E aqui cabe um pequeno anexo: boa parte da população mundial carrega esse agente infeccioso no corpo, mas muitos nunca apresentam sinais visíveis disso.

Voltando ao experimento, os cientistas compararam essa turma com um grupo de controle formado por 25 086 pessoas sem quaisquer evidências de infecção pelo vírus. Ao final da pesquisa, concluiu-se que o risco de desenvolver Alzheimer foi 2,5 vezes maior nos pacientes que sofreram pra valer com o herpes. Porém, entre esse pessoal especificamente, tal probabilidade era dez vezes menor se eles tivessem recebido drogas contra o vírus. Ou seja, o antiviral pode ter protegido esses indivíduos contra a demência.

Segundo a neurocientista Ruth Itzhaki – umas das professoras que comentou os estudos –, o vírus do herpes consegue se instalar no cérebro de idosos, quando eles são infectados. Aí, caso os mais velhos tenham um determinado fator genético, em algum momento de imunidade baixa o inimigo pode se reativar e, quem sabe, provocar uma bagunça nos neurônios capaz de desencadear o Alzheimer.

“Acreditamos que esses antivirais seguros e facilmente disponíveis podem ter um papel importante no combate à doença”, afirma a professora, em comunicado à imprensa.

Porém, é importante entender que o Alzheimer ainda é um desafio para os médicos. “O estudo é muito interessante, mas se trata de uma observação inicial, que deve ser aprofundada antes de tirarmos quaisquer conclusões”, pontua Rubens Gagliardi, presidente da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). “De qualquer jeito, precisamos estar atentos às possibilidades ventiladas pelas novas pesquisas”, encerra.

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