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Novos dados sobre como se prevenir do novo coronavírus

Qual a distância física ideal? Usar óculos ajuda? Quão eficazes são as máscaras faciais? Uma revisão de estudos traz respostas para essas perguntas

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 18 ago 2020, 10h45 - Publicado em 11 jun 2020, 20h36
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  • Cientistas da Universidade McMaster e do hospital St. Joseph’s Healthcare Hamilton, no Canadá, fizeram uma revisão de estudos para determinar detalhes práticos que aumentam a eficácia do uso de máscaras e do distanciamento social na prevenção do novo coronavírus (Sars-CoV-2).

    A análise, publicada no periódico científico The Lancet, foi realizada para atualizar diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse é o primeiro trabalho a reunir evidências mais detalhadas sobre essas ações no controle da pandemia de Covid-19.

    Os especialistas envolvidos selecionaram 172 estudos observacionais de 16 países diferentes que mensuraram medidas para evitar a transmissão de pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 a indivíduos próximos a eles (familiares, cuidadores, profissionais de saúde etc).

    Além disso, foram incluídas mais 44 pesquisas comparativas envolvendo 25 697 pessoas e trabalhos que checaram a disseminação nos surtos de Sars e Mers, males provocados por outros tipos de coronavírus.

    Então vamos aos resultados. Os experts constataram que o risco de se infectar com o vírus estando a menos de um metro de alguém com confirmação ou suspeita da doença é de 12,8%. O número diminui para 2,6% quando se permanece a mais de um metro. E cai pela metade se a distância ficar em dois metros.

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    Já se você cruza com alguém infectado e ninguém está de máscara, a probabilidade de pegar o coronavírus é de 17,4%, de acordo com o trabalho. Com o uso desse equipamento, a taxa para 3,1%.

    E protetores oculares? Não utilizá-los traria um risco de infecção de 16%. Apostar nesse item faria o índice diminuir para 5,5%. Mas atenção: os cientistas apontam que as evidências são especialmente frágeis nesse ponto específico.

    No mais, os autores frisam que as máscaras N95 e respiradoras devem ser priorizadas para profissionais da saúde. “É necessário aumentar e redirecionar a capacidade de fabricação para superar a escassez global”, alerta, em comunicado à imprensa, o pesquisador Derek Chu, professor da Universidade McMaster.

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    A epidemiologista Raina MacIntyre, professora da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que não participou da investigação, acrescenta que a revisão é importante por estabelecer que máscaras multicamadas resguardam melhor que as de camada única.

    “Esse achado é vital em meio à proliferação das máscaras caseiras, feitas de pano. Elas devem ter várias camadas de tecido e um bom ajuste facial”, pontua Raina.

    Apesar da relevância dos achados, o artigo tem suas limitações. Dentre os estudos contemplados nele, poucos testaram o efeito dessas intervenções fora de hospitais ou ambientes ligados ao atendimento à saúde, como mercados e casas. Fora que, como dissemos, parte das pesquisas incluídas são focadas nos surtos de Sars e Mers, que ocorreram no passado.

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    Os especialistas concluem que, mesmo ajudando a evitar a Covid-19, nem o uso combinado dessas estratégias oferece proteção completa. Portanto, as melhores formas de prevenir o novo coronavírus ainda são ficar em casa e seguir as normas de higiene.

    “As pessoas precisam entender que a máscara não é uma alternativa ao espaçamento físico ou à lavagem das mãos. Mas elas podem adicionar uma defesa extra”, finaliza Chu.

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