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Novo tratamento para osteoporose vem aí

Aprovado nos Estados Unidos, o remédio romosozumabe seria o primeiro a impedir a perda de massa óssea e, ao mesmo tempo, estimular a fabricação de osso

Por Chloé Pinheiro
22 abr 2019, 17h39
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  • Cerca de 10 milhões de brasileiros vivem com a osteoporose, doença que fragiliza o esqueleto e aumenta o risco de fraturas, em especial no fêmur e na coluna vertebral. Pois um novo medicamento promete agir em duas frentes para combatê-la: barrando a perda de massa óssea e facilitando seu crescimento.

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    Batizada de romosozumabe, a droga pertence à classe dos anticorpos monoclonais. Essa categoria moderna de tratamento consiste na produção, dentro do laboratório, de anticorpos parecidos com o que o nosso próprio organismo fabrica. Para quem não sabe, essas moléculas tem o potencial de atacar outras proteínas de maneira bem específica – o corpo naturalmente gera anticorpos para combater vírus e bactérias, por exemplo.

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    No caso do novo composto, o alvo é a esclerostina, uma proteína que inibe a formação dos ossos. Ao reduzir a atuação dessa partícula, a nova terapia trouxe um ganho de 15% na densidade óssea da coluna lombar e reduziu a incidência de fraturas em mais de 70% no primeiro ano de tratamento, segundo os estudos clínicos.

    O romosozumabe, desenvolvido pelas farmacêuticas Amgen e UCB Biopharma, foi aprovado no início de abril de 2019 pela FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula a comercialização de remédios nos Estados Unidos.

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    Segundo a UCB, o medicamento está em processo inicial de análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser liberado no Brasil. O trâmite pode demorar mais de um ano para ser finalizado.

    Sua indicação é para as mulheres que já passaram pela menopausa e tem alto risco de fraturas em decorrência da osteoporose.

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    Os tratamentos atuais para a osteoporose

    Eles são divididos entre os anabolizantes e os antirreabsortivos. Explicamos: o esqueleto passa por um processo de constante renovação, em que parte do osso é reabsorvido justamente para a formação de uma massa óssea novinha em folha.

    Acontece que, entre os pacientes com osteoporose, a tal reabsorção ocorre de maneira acelerada, enquanto a produção de osso novo é preguiçosa. Isso ocasiona um déficit na densidade do esqueleto.

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    Além da suplementação de cálcio e vitamina D, os compostos mais utilizados hoje são os bisfosfonatos, especialmente o alendronato, que inibem a reabsorção óssea. Outro anticorpo monoclonal, o denosumabe, já é usado para esse mesmo fim no Brasil – mas sem o efeito regenerador observado no romosozumabe.

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    Para casos mais graves ou com intolerância aos alendronatos, há ainda a possibilidade de administração de hormônios que aumentam a densidade óssea, mas o tratamento a longo prazo leva à reabsorção.

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    “A grande novidade desse medicamento é que ele é anabolizante e antirreabsortivo ao mesmo tempo, além de promover ganhos consideráveis de massa óssea”, aponta Roberto Heymann, reumatologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Isso é diferente dos anabolizantes tradicionais, que não apresentam uma melhora tão elevada”, completa.

    O romosozumabe

    A eficácia do novo composto foi testada em dois estudos clínicos com mais de 11 mil mulheres diagnosticadas com osteoporose na pós-menopausa. Esse é o público mais atingido pela doença por causa da carência de estrogênio, um hormônio envolvido na manutenção da saúde do esqueleto.

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    Na primeira pesquisa, encomendada pelas farmacêuticas, um ano de tratamento reduziu o risco de uma fratura na coluna vertebral em 73%. Terminado esse período, a melhora na taxa de crescimento do osso parece cair – até por isso a FDA recomenda que a prescrição seja composta de 12 doses mensais.

    Depois desse tempo, o indivíduo voltaria aos remédios mais tradicionais. Os benefícios parecem se sustentar com esse esquema.

    “Alguns trabalhos mostram que é possível potencializar o ganho de massa óssea com a associação, tanto com os bisfosfonatos quanto com o denosumabe, mas o efeito é maior com esse segundo”, aponta Heymann.

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    Ponderações

    É preciso cuidado na prescrição da droga. Entre os efeitos colaterais relatados, há um discreto aumento no risco de incidentes cardiovasculares, como infarto e derrames. A recomendação do órgão americano é que os riscos individuais sejam calculados antes de receitar o remédio.

    Outro ponto é que a novidade não dispensa medidas consagradas, como a suplementação de cálcio e vitamina D. “Isso é indispensável, até porque medicamentos como o romosozumabe podem levar à deficiência de cálcio”, destaca Heymann.

    Também é fundamental abandonar maus hábitos, a exemplo do consumo de álcool e do tabagismo, e praticar atividades físicas que fortalecem o esqueleto, como a musculação. “Se o seu estilo de vida não favorece os ossos, nenhum remédio fará isso”, dá o recado Ricardo Munir Nahas, ortopedista e vice-presidente da Confederação Sul-Americana de Medicina do Esporte.

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