Metronidazol: o que é, para que serve e os cuidados
Encontrado como comprimido, pomada e em outros formatos, esse remédio trata vários problemas, como vaginite e uretrite. Saiba quando tomar o metronidazol
O metronidazol é um medicamento antimicrobiano que funciona contra certas doenças causadas por bactérias ou protozoários. Ele pode ser encontrado em diversos formatos.
A seguir, tiramos as principais dúvidas sobre a substância:
Para que serve o metronidazol
“Metronidazol é indicado para tricomoníase, vaginite, uretrite, giardíase, amebíase e outras infecções por bactérias”, exemplifica a farmacêutica-bioquímica Maria Aparecida Nicoletti, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).
O metronidazol, em combinação com a nistatina, também pode ser usado contra a candidíase vaginal.
Há formulações que vêm com os dois princípios ativos juntos.
Tipos de metronidazol e duração do tratamento
O fármaco está disponível como:
- Comprimidos revestidos
- Gel
- Creme
- Xarope
- Solução injetável
A escolha ideal depende da condição clínica e do paciente.
Por exemplo, géis e cremes são recomendados para aplicação vaginal; o xarope, para uso pediátrico; a fórmula injetável, para utilização dentro dos hospitais.
O tempo e as doses também variam de acordo com a enfermidade e a gravidade.
O metronidazol é encontrado com diferentes nomes comerciais (Flagyl, Meflagin, Metrobacter).
E, como dissemos, ele pode ser combinado a outras substâncias. Mais um motivo para sempre consultar o profissional de saúde.
É preciso receita para comprar o metronidazol?
O metronidazol só é adquirido com prescrição médica, que fica retida na farmácia.
Isso porque seu uso indiscriminado favorece a resistência bacteriana e causa reações adversas sérias.
Quais são os efeitos colaterais do metronidazol
As reações adversas mais comuns são:
- Náuseas e outros distúrbios gastrointestinais
- Alterações no paladar
- Dor de cabeça
- Dormência e formigamento das mãos e pés
- Dores articulares
- Olhos secos
- Prurido genital
- Escurecimento da urina
Caso algum desses sintomas apareça durante a terapia, a suspensão do metronidazol é recomendada pelo menos até consultar seu médico.
O que acontece se houver superdosagem
“Em doses elevadas, é observada a manifestação de efeitos neurológicos, como tontura, dor de cabeça, irritabilidade e insônia, além de vômito, ataxia [perda de equilíbrio ou coordenação motora] e desorientação”, alerta Maria Aparecida. São consequências sérias, portanto.
Se houver suspeita de um exagero, procure o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciat) mais próximo para que seja aplicado o tratamento sintomático e de suporte, já que não existe antídoto.
Contraindicações do metronidazol
Ele é proibido para gestantes no primeiro trimestre da gravidez e durante o período de amamentação.
“É um remédio que pode passar para o leite materno. Se não for possível evitá-lo, o ideal suspender a amamentação até pelo menos três dias depois da tomada do último comprimido”, ensina Maria Aparecida.
Já a versão em gel vaginal é contraindicada para crianças.
E, claro, quem possui alergia a qualquer componente da fórmula não deve tomá-lo.
“O metronidazol também tem que ser administrado com cautela em pacientes com encefalopatia hepática e com doença severa do sistema nervoso central e periférico”, conclui a especialista. Isso porque a substância é capaz de agravar quadros neurológicos.
Quais os cuidados ao usar metronidazol
Antimicrobianos, em geral, não podem ser administrados quando há ingestão de bebidas alcoólicas.
“A associação com álcool provoca uma reação que gera palpitações, calor, vermelhidão na face, falta de ar, mal-estar intenso, náuseas e vômitos”, informa Maria Aparecida.
Só é seguro voltar a consumir cerveja, uísque, vinho e afins uma semana após o fim do tratamento.
Além disso, há o risco de interações medicamentosas. Para conhecer todas as associações indesejadas com o metronidazol, fique de olho na bula. Mas vale destacar duas.
A primeira é com o Dissulfiram, um remédio contra o alcoolismo. O uso combinado aumenta o risco de reações psicóticas.
A outra associação a ser evitada é com o fármaco Mebendazol. Nesse contexto, há perigo de surgir a chamada síndrome de Stevens-Johnson, que é considerada uma emergência médica.
“Inicialmente, os sintomas são semelhantes aos da gripe, mas são seguidos por uma erupção na pele dolorosa que se espalha e forma bolhas”, finaliza Maria Aparecida.