Entre junho e julho, mortes por meningite bacteriana voltaram a aparecer no noticiário nacional. É um reflexo da baixa cobertura vacinal.
Diversos imunizantes protegem da infecção, mas a cobertura vacinal para os principais ficou abaixo de 70% nos últimos anos. A meta é de 95%.
Entenda a seguir por que essa doença pode ser fatal tanto para crianças quanto para adultos.
O que é a meningite bacteriana?
A meningite é uma inflamação da meninge, membrana que envolve e protege o cérebro e a medula espinhal. A versão mais prevalente e ameaçacadora é a causada por bactérias.
Por isso, vamos falar aqui da meningite meningocócica, provocada por patógenos conhecidos como meningococos.
Como a meningite é transmitida?
São cinco subtipos bacterianos em circulação: A, B, C, Y e W.
As formas de transmissão variam um pouco entre eles, mas em geral o micróbio se dissemina pelo contato próximo com o doente ou com gotículas de saliva e secreções respiratórias contaminadas.
Escolinhas e locais fechados são ambientes propícios para isso.
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Sintomas, diagnóstico e tratamento
A bactéria atinge a corrente sanguínea e, depois, se concentra nas meninges. Em poucas horas, se prolifera e provoca uma inflamação intensa.
Os sinais são exuberantes e surgem logo: febre alta, mal-estar abrupto, forte dor de cabeça, rigidez do pescoço e da nuca…
É preciso procurar atenção médica imediata e iniciar o tratamento com antibióticos. Em geral, é preciso ficar hospitalizado para receber as medicações.
Quanto mais rápido o diagnóstico, melhor a perspectiva do tratamento.
Versões graves da meningite
O quadro pode progredir para uma meningococcemia, infecção generalizada. A taxa de mortalidade chega a 20% nesses casos.
Além disso, há sequelas como surdez, deficiência visual e amputação de membros.
Crianças pequenas, bebês e pessoas não vacinadas estão em maior risco de ter esses quadros severos.
Tipos de meningite
A meningite pode ser viral (nesse caso, desencadeia quadros mais leves), fúngica ou causada por outros tipos de bactérias — exemplos destacados são os pneumococos, por trás da doença pneumocócica, e a bactéria Hib, hoje rara no Brasil graças à vacinação em massa.
Batalha histórica
O Brasil foi atingido por uma grave epidemia de meningite nos anos 1970.
A ditadura militar escondeu dados e subestimou o problema, mas uma hora teve que ir atrás de vacinas.
Foi a primeira prova de fogo do recém-criado Programa Nacional de Imunizações (PNI).
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Vacinas para meningite
Casos e óbitos por meningite
Fontes: Daniella Gregoria Bomfim Prado, infectologista e diretora técnica do Sabará Hospita l Infantil (SP); Ministério da Saúde