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Maternidade tardia: o papel da fertilização in vitro

Mulheres que desejam engravidar após os 35 anos ou na etapa final do seu período fértil podem se beneficiar dos avanços na reprodução assistida

Por Daniel Suslik Zylbersztejn, urologista especialista em reprodução humana*
26 jun 2024, 16h59

O adiamento da maternidade ocorre de forma notável nos últimos 50 anos. Na década de 1970, as mulheres tinham seu primeiro filho com uma idade média de 21 anos. Hoje, a média é de 29 anos em países e cidades mais desenvolvidas, incluindo São Paulo.

Este fato é consequência de uma série de fatores, entre os quais destacam-se a adoção de políticas públicas baseadas no planejamento familiar por meio dos métodos contraceptivos; o empoderamento feminino e o avanço socioeconômico das mulheres na nossa sociedade. Com essa combinação, a maternidade fica em segundo plano na lista de prioridades.

Mais recentemente, nos últimos 5 anos, observamos aqui e em vár outros lugares do mundo um aumento expressivo da procura pela preservação da fertilidade futura, por meio da criopreservação de óvulos ou até mesmo de embriões.

É a constatação da existência de uma crescente população feminina que não deseja perder a chance de se tornar mãe, mesmo caso haja alguma mudança de rota e o relógio biológico já tenha se esgotado para a gravidez natural.

+Leia também: A ascensão da reprodução assistida

Junto com o início desta mudança no comportamento feminino, surgia na Inglaterra no final da década de 1970, uma grande revolução na medicina: o advento da fertilização in vitro (FIV), tornando o sonho da parentalidade realidade para casais que sofrem de infertilidade.

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Criada pelos cientistas britânicos Robert Edwards e Patrick Steptoe, a FIV passou por inúmeros aprimoramentos e avanços desde então, sendo um dos mais notáveis o teste genético, que promove o diagnóstico de síndromes cromossômicas e até mesmo de doenças genéticas pontuais nos embriões antes de serem transferidos para o útero e gerar uma gravidez.

Este avanço permite que mulheres de idade acima dos 37 anos recorreram à FIV com a tranquilidade de obterem uma gestação com riscos bastante reduzidos de doenças cromossômicas — nesta faixa etária, a probabilidade de elas surgirem é maior.

Se há o desafio do relógio biológico, por outro lado mulheres que engravidam nessa idade costumam apresentar outros aspectos positivos que favorecem a maternidade:

  • Estabilidade financeira e profissional: promovem um ambiente familiar mais estável e melhores oportunidade para o desenvolvimento da criança;
  • Maturidade emocional: para lidar melhor com os desafios inerentes a criação de filhos;
  • Planejamento familiar: cuidados pré-natais mais adequados, estilo de vida mais saudável e melhor estruturação de outros aspectos da vida;
  • Rede de apoio: mulheres mais maduras costumam ter relacionamentos profissionais e sociais mais sólidos, ajudando a criar uma rede de suporte para ajudar nos cuidados, em especial nos primeiros anos de vida;
  • Redução de riscos genéticos: por meio dos tratamentos de gravidez por FIV com biópsia embrionária.

Limitações da FIV na gravidez tardia

A técnica é uma ótima ferramenta para a conquista da maternidade em uma idade mais avançada, mas apresenta importantes limitações por conta da qualidade biológica reduzida dos gametas, observada nos óvulos de mulheres acima dos 37 anos (taxa de gravidez ao redor dos 35%) e em especial acima dos 40 anos (taxa de sucesso menor que 20%).

É exatamente esta questão que faz com que cada vez mais mulheres abaixo de 35 anos procurem congelar seus óvulos para uso futuro,  aumentando as chances de sucesso da FIV mais tarde.

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Junho é o mês internacional de conscientização sobre a infertilidade. E ela pode ser tratada de diversas formas hoje.

* Daniel Suslik Zylbersztejn, médico urologista, diretor médico da DSZ Medicina Reprodutiva, coordenador do Fleury Fertilidade e médico de infertilidade no Hospital Israelita Albert Einstein

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

brazil-health

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