Em uma aula no 52º Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, nos Estados Unidos — que SAÚDE está cobrindo —, o professor Groesbeck Parham, da Universidade do Norte da Carolina (EUA) e da Universidade da Zâmbia, debruçou-se sobre questões socioeconômicas e a relação delas com tumores. Em dado momento, ele apontou dois fatores de risco importantes (mas pouco mencionados) para o desenvolvimento de cânceres de cólo de útero ligados ao machismo: a violência ligada ao gênero e o casamento com crianças do sexo feminino.
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E o que isso tem a ver com a doença? “O sexo inseguro e a desigualdade entre homens e mulheres favorece a disseminação do vírus HPV e dificulta seu diagnóstico e tratamento”, explica Parham. Só pra ficar claro: esse agente infeccioso lesiona estruturas uterinas e, portanto, está intimamente atrelado a tumores na região.
Sim, o tema é triste — mas nem por isso deve ficar nas sombras. É necessário enfrentar o machismo para que as mulheres não se tornem vítimas tão frequentes do câncer. Além de, claro, buscar medidas protetoras, como a vacinação contra o HPV.
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Uma questão de pobreza
O professor Parham destacou em sua palestra que 1/3 dos tumores de cólo de útero surge em países com baixo índice social. Lutar contra a desigualdade social, portanto, seria outra forma de enfrentar essa enfermidade.