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Inteligência artificial: ela está no meio de nós

Da sala de emergência ao centro cirúrgico, passando por consultas a distância, robôs e plataformas inteligentes já fazem parte do novo ecossistema da saúde

Por André Bernardo
Atualizado em 24 set 2020, 18h15 - Publicado em 24 set 2020, 15h00
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  • Há dez anos, a vida do arquiteto de sistemas Jacson Fressatto virou de cabeça para baixo. No dia 30 de maio de 2010, ele recebeu uma notícia absolutamente terrível: a morte da pequena Laura, vítima de sepse. Prematura, sua filha não resistiu depois de 18 dias internada na UTI neonatal de um hospital de Curitiba. A primeira reação de Fressatto foi de revolta. Queria porque queria saber o nome do filho da mãe que havia deixado sua filha morrer. Passada a raiva, tomou outra decisão: se dependesse dele, ninguém mais sentiria a dor que estava sentindo naquele momento.

    Foi quando vendeu tudo o que tinha (carro, moto e apartamento) e, em 2014, investiu 1,5 milhão de reais do próprio bolso para criar algo pioneiro no planeta: a primeira plataforma de inteligência artificial capaz de gerenciar riscos dentro de um hospital. Em homenagem à filha, batizou o “robô” de Laura. “Eu mesmo banquei todas as despesas operacionais do projeto, com a certeza de que estava no caminho certo. Hoje a gente vê como tudo valeu a pena e quanto pode fazer mais”, diz o fundador e presidente do Instituto Laura Fressatto.

    Em seis anos, Laura já chegou a 32 hospitais e ajudou a salvar mais de 24 mil vidas — cerca de dez por dia. O programa de computador analisa, em tempo real, os sinais vitais, o prontuário eletrônico e os resultados de exames, entre outros dados, de todos os pacientes de uma UTI e classifica o risco de cada um deles em baixo, médio ou alto. Se o quadro de uma pessoa internada apresenta piora, a equipe médica é imediatamente acionada.

    Conclusão: Laura já reduziu em 25% a taxa de mortalidade por infecção hospitalar nos estabelecimentos atendidos. “Não saberia dizer se, caso uma tecnologia dessas existisse na época, minha filha não teria morrido. Seria leviano afirmar. Ela era uma prematura extrema. Mas, ao menos, teria a certeza de que estaria recebendo o melhor cuidado possível”, reflete Fressatto.

    Laura é um dos melhores exemplos do que a inteligência artificial, ou simplesmente IA, pode fazer pela nossa saúde. Esse é um ramo da ciência da computação que busca reproduzir aspectos do poder de aprendizado e resolução da mente humana em máquinas. A meta é desenvolver robôs que, entre outras façanhas, adquirem habilidades, tomam decisões e resolvem problemas como se fossem um de nós — tantas vezes, com uma velocidade e um grau de acerto bem superiores.

    Quando falamos em robôs, não estamos nos referindo àqueles modelos androides, típicos dos livros de Isaac Asimov (clique para comprar) ou dos filmes de Ridley Scott. Falamos de programas de computador e algoritmos matemáticos de última geração. “A partir de uma vasta base de dados, você ensina um robô a solucionar um problema específico. E ele pode até observar detalhes que um ser humano deixaria passar”, explica Marcus Figueredo, CEO da Hi-Technologies, empresa que desenvolve dispositivos e sistemas de telemedicina.

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    Para o engenheiro da computação, duas das principais aplicações da IA na saúde hoje são a interpretação de exames e a apuração de interações perigosas entre remédios. “No primeiro caso, o robô analisa o exame e elabora um pré-diagnóstico para a validação do médico responsável pelo laudo. No segundo, ele tenta descobrir se, quando interagirem uns com os outros, os medicamentos prescritos poderão trazer riscos ao paciente”, destrincha.

    A inteligência artificial também é útil na detecção precoce de doenças e na predição de surtos, aponta o cientista da computação Guilherme Kato, diretor de TI do Dr. Consulta, startup que oferece atendimento médico e exames em 59 unidades da Região Sudeste. “Com base no histórico familiar, hábitos alimentares e fatores de risco, podemos avaliar a probabilidade de um paciente desenvolver certa doença no futuro. Da mesma forma, conseguimos usar dados de consultas e exames para prever um surto, ou até mesmo uma epidemia, numa localidade”, esmiúça.

    Na visão de Rico Malvar, cientista-chefe da Microsoft Research, o grande objetivo da IA é ajudar os profissionais de saúde a serem mais produtivos e efetivos. Segundo um estudo recente, que monitorou o trabalho de 57 especialistas durante 430 horas, os médicos ficam mais tempo cumprindo tarefas administrativas do que atendendo pacientes. “Enquanto os robôs se encarregam de trabalhos operacionais, como preencher formulários, os profissionais conseguem se dedicar a atividades mais estratégicas”, argumenta Malvar. Isso significaria mais contato com o paciente… e mais vidas salvas.

    As origens da inteligência artificial

    Máquinas que aprendem com os erros e tomam decisões por conta própria… Nada disso seria possível se não fosse Marvin Lee Minsky (1927-2016), o matemático “pai” da inteligência artificial (IA). Ele criou em 1951 o primeiro computador inteligente da história, um aparelho rudimentar que conseguia executar tarefas para as quais não tinha sido programado.

    “A IA é capaz de reconhecer um problema, analisar dados e, em fração de segundos, propor soluções. E isso sem receber instruções diretas de humanos”, resume o médico Luiz Carlos Lobo, professor da Universidade de Brasília. “Minsky enxergou o cérebro como uma máquina cujo funcionamento pode ser estudado e replicado em um computador”, divulgou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), de onde o cientista era professor, no dia de sua morte.

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    Robôs no hospital

    Se o robô Laura atua, predominantemente, em UTIs, o Da Vinci dá plantão em centros cirúrgicos. As primeiras versões do robô cirurgião, que ganhou o sobrenome do artista italiano Leonardo da Vinci (1452-1519), chegaram ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, em 2008. Na ocasião, eram dois modelos: um para cirurgia, outro para treinamento. Hoje são três: dois para uso clínico, um para capacitação de médicos, e mais dois simuladores. Cada um deles dispõe de quatro braços mecânicos, um com uma câmera de altíssima definição e capacidade de ampliação da imagem em até dez vezes, e três com instrumentos cirúrgicos, como pinças, tesouras e bisturis, entre outros.

    Ao contrário do robô Laura, o Da Vinci não é autônomo. Isto é, não opera nem toma decisões sozinho. Ele precisa de um cirurgião para coordenar seus movimentos por meio de um joystick. Ao longo desses 12 anos, o Sírio-Libanês já realizou mais de 5 mil cirurgias — 60% delas voltadas à retirada da próstata — e treinou mais de 300 profissionais de todo o Brasil e da América Latina. A tendência não veio para ficar à toa: as cirurgias robóticas são consideradas mais precisas e menos invasivas. Com isso, a recuperação do paciente é mais rápida e o tempo de internação, menor. Em compensação, o custo ainda é alto, e o robô não oferece sensação tátil.

    “Não é toda cirurgia que precisa do Da Vinci. Indicamos esse recurso naquelas que oferecem realmente vantagens ao paciente. Quando o tumor é de difícil acesso por cirurgia convencional ou laparoscópica, o ideal é que a cirurgia seja robótica”, contextualiza Sérgio Arap, superintendente médico do centro cirúrgico do Sírio-Libanês, onde o primeiro procedimento do tipo foi realizado há 20 anos. Nesse campo em evolução, cientistas já vislumbram a criação de robôs cirurgiões inteligentes, que não substituiriam o médico, claro, mas poderiam ser ainda mais brilhantes com o bisturi.

    A exemplo da robótica, a IA também tem lá seus prós e contras. Quando indagado sobre as vantagens dos robôs em relação aos humanos, Figueredo não pensa duas vezes: eles têm uma capacidade de processamento de dados muito maior e não contam com o fator cansaço. “Imagine um radiologista que precisa analisar exames de raios x por oito ou 12 horas por dia. Mais cedo ou mais tarde, ele vai se cansar. Uma máquina é capaz de analisar 10 mil exames consecutivos com a mesma disposição”, compara o CEO da Hi-Technologies.

    A questão do cansaço não é trivial aqui. Como em qualquer atividade, quando ficamos cansados, podemos cometer mais erros. E, em medicina, alguns erros podem levar a condutas equivocadas e até mesmo ser fatais. Só que as máquinas também não estão imunes a deslizes… “O que acontece se uma decisão tomada por um algoritmo de IA prejudicar ou, no limite, causar a morte de um paciente? Quem será o responsável: o fabricante ou o programador?”, levanta a lebre o engenheiro Anderson Maciel, consultor do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). “Há questões éticas. Questões antigas, é verdade, mas ainda não temos segurança sobre como respondê-las”, admite.

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    Limites e desafios no horizonte

    Apesar dos progressos e do entusiasmo com a tecnologia, outros dilemas se colocam, na avaliação do vice-presidente da área médica da Dasa, Leonardo Vedolin. De acordo com o radiologista, os desafios impostos pelo uso da IA na medicina se dividem em três esferas: técnica, ética e legal. “Parte das atividades médicas, principalmente as burocráticas e repetitivas, será substituída por tecnologias disruptivas. Mas não acredito na substituição por completo do médico. E a principal razão disso é que o ato médico pressupõe a relação médico-paciente. Não dá para substituir esse entrosamento por um robô”, afirma Vedolin.

    Outro ponto de preocupação para os especialistas diz respeito à privacidade e à segurança dos dados. Afinal, o risco de vazamento de informações sigilosas, tanto do paciente quanto da instituição, existe. Em agosto de 2014, hackers chineses roubaram os dados de 4,5 milhões de pacientes de 200 hospitais dos Estados Unidos. Entre outras artimanhas, os invasores pedem pequenas fortunas para não divulgá-los ou, então, geram boletos falsos de cobrança.

    Segundo Guilherme Kato, do Dr. Consulta, não existem sistemas tecnológicos perfeitos e invulneráveis. “A boa prática diz que devemos, sempre que possível, trabalhar com dados anonimizados, ou seja, que não permitem que o cidadão referente a eles seja identificado lá fora. Assim, caso ocorra um vazamento, pacientes e parceiros serão preservados”, esclarece.

    No contato direto com o paciente, uma das principais barreiras para o uso dos robôs é a falta de algo demasiado humano, a empatia. Mas há quem acredite que até isso está com os dias contados. “Muitas vezes, uma boa conversa faz tão bem à saúde quanto comprimidos. Os atuais modelos ainda não têm essa capacidade de interação com as pessoas, mas no futuro terão. Precisamos apenas desenvolver melhor as interfaces para conquistar a confiança do paciente”, raciocina Maciel.

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    (Ilustração: Felipe Mayerle/SAÚDE é Vital)
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    IA contra a Covid-19

    Em tempos de pandemia, máquinas inteligentes são mandadas a todo momento para o front na guerra contra a Covid-19. Na Europa, robôs aferem a temperatura e verificam o uso da máscara em quem chega aos hospitais. Do outro lado do mundo, enquanto uns modelos são programados para monitorar o quadro clínico de pacientes, outros ficam responsáveis por desinfetar as enfermarias e esterilizar os instrumentos de centros médicos da China e do Japão. Nos Estados Unidos, algumas instituições estão recorrendo às máquinas para limpeza e desinfecção dos leitos das UTIs com luz ultravioleta, que destrói até 99% dos vírus e das bactérias. Com a estratégia, esses locais ficam mais tempo protegidos e menos trabalhadores são expostos aos patógenos.

    No Brasil, robôs de telepresença, munidos de câmeras e sensores especiais, já substituem os humanos na triagem de pacientes nas emergências, encurtam a distância entre os doentes e seus familiares nas enfermarias e reduzem o número de visitas dos médicos às UTIs. A distância, os profissionais de saúde podem identificar sintomas, transportar remédios e passar instruções, sem se expor à contaminação. Na capital paulista, dois modelos estão encarregados de recolher o lixo nas alas do Hospital das Clínicas destinadas a pacientes com Covid-19. “O objetivo é evitar o risco de contaminação dos mais de 20 funcionários da limpeza e agilizar a liberação dos 300 leitos de UTI”, explica o radiologista Giovanni Guido Cerri, presidente da comissão de inovação do Hospital das Clínicas de São Paulo, o maior complexo do gênero da América Latina.

    Diante desses e de outros exemplos, muitos se perguntam: como será a medicina do futuro? Os hospitais serão quase 100% automatizados? Médicos e enfermeiros cederão seus jalecos e estetoscópios aos robôs, só acompanhando e orientando remotamente? Para o neurorradiologista Edson Amaro Jr., responsável pela área de big data do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a resposta é “não”.

    Assim como a telemedicina veio complementar, e não substituir, o atendimento presencial, a inteligência artificial será uma aliada, e não uma adversária, da inteligência humana. “A interação entre as inteligências artificial e natural, também conhecida como ‘inteligência aumentada’, é o segredo por trás de diagnósticos, prognósticos e tratamentos cada vez mais eficientes e precisos”, afirma o especialista.

    Nesse sentido, se engana quem pensa que a popularização de robôs e plataformas de IA vá render uma medicina mais fria e massificada daqui a alguns anos. “O futuro da medicina inclui características aparentemente discrepantes, mas que, na realidade, são totalmente consonantes. O cuidado com o paciente, ao contrário do que muitos pensam, será cada vez mais individual e humanizado”, assegura o cirurgião Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

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    Com os avanços tecnológicos, os médicos serão capazes de dizer mais precisamente quando um indivíduo ficará doente antes mesmo de surgirem os primeiros sintomas. Será o axioma “prevenir é melhor do que remediar” levado às últimas consequências. “A IA poderá fazer predições do tipo: se determinado fulano não aumentar em 60% a realização de atividades físicas, a probabilidade de ele desenvolver um problema nos rins é de 30%”, dá um exemplo o consultor do IEEE.

    A personalização também ganha pontos com tanta tecnologia. “Do genoma ao ambiente, a IA levará em consideração todos esses fatores na hora de prescrevermos o medicamento ideal para cada paciente. A expectativa é que, no futuro, o tratamento personalizado seja muito mais eficaz que o atual”, acredita Cerri. E esse futuro passa pelo profissional de saúde de carne e osso, que, com indicações e análises mais precisas na palma da mão (ou do celular), poderá ser mais acolhedor e assertivo com o paciente.

    Enquanto essas e outras predições não viram realidade nos consultórios e hospitais, Jacson Fressatto segue adiante, decidido a transformar Laura na maior e mais eficiente solução na gestão do cuidado em saúde do mundo. “Vou impactar positivamente a vida de mais de 1 bilhão de vidas”, promete. “Ninguém vai esquecer o nome da minha pequena. Com apenas 18 dias de vida e só 500 gramas, ela já conseguiu mudar a história de milhares de pessoas”, emociona-se.

    Soluções baseadas em robótica e inteligência artificial já à disposição dos brasileiros

    O que seu rosto diz sobre a sua saúde

    O Binah é um aplicativo que consegue estimar desde o nível de oxigênio no sangue até a frequência cardíaca a partir de um único autorretrato. Mágica? Não, tecnologia. Usando IA, ele analisa o formato da bochecha e da testa e, em menos de dois minutos, dá o resultado. A margem de acerto é de 97%. “Até o fim do ano, vamos aferir pressão, temperatura e nível de álcool no sangue”, conta Cláudio Lottenberg, médico e presidente do Instituto Coalizão Saúde.

    Anjo da guarda nos hospitais

    O robô Laura é uma plataforma de IA que, por meio de análises preditivas, consegue antecipar em até 12 horas o alerta de deterioração de um paciente, possibilitando uma intervenção precoce da equipe da UTI. Laura já salvou mais de 24 mil vidas, baixou em 25% a taxa de mortalidade nos hospitais e reduziu em sete horas o tempo médio de internação, além de gerar uma economia de 5,5 milhões de reais aos centros médicos.

    Tosse decifrada

    São muitos os sintomas da Covid-19. E a tosse é dos mais comuns. Mas como saber se a tosse seca, ou a com catarro, é decorrente de algo mais grave? Para responder a essa pergunta, a Intel criou um sistema de IA que ajuda a dizer se aquele “cof-cof” tem a ver com o coronavírus. “Por meio do SoundCov, é possível indicar se o paciente está saudável, com Covid-19 ou outras doenças pulmonares”, diz André Ribeiro, diretor de novos negócios da Intel.

    Óculos na era digital

    Até outro dia, escolher óculos era sinônimo de ir a uma loja e ficar provando vários modelos até eleger o preferido. Complicado em tempos de pandemia. Agora, com o aplicativo Myglasses, você tira uma selfie e, após o escaneamento facial, testa as opções num avatar em 3D do seu rosto. “O usuário só precisará ir à loja tirar as medidas para fazer as lentes”, observa Marcelo Frias, diretor de marketing da Zeiss, que lançou a novidade.

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    (Ilustração: Felipe Mayerle/SAÚDE é Vital)

    Laboratório de bolso

    Já imaginou não precisar mais sair de casa para fazer exame de sangue? Ou, então, coletá-lo em uma farmácia na vizinhança? Com o Hilab, o próprio usuário faz um pequeno furo na ponta do dedo, colhe o sangue, insere a cápsula com a amostra do material no dispositivo conectado à internet e, em alguns minutos, recebe o resultado via SMS ou e-mail. Disponível em farmácias do Brasil inteiro, o Hilab usa IA para acelerar o diagnóstico.

    A senha está na cara

    A carteirinha do convênio está mesmo com os dias contados. Na Conexa Saúde, a maior plataforma de telemedicina independente do Brasil, o usuário já pode agendar sua consulta através da biometria facial. Basta acessar o aplicativo, enviar uma foto e o número do CPF e, em segundos, o sistema libera o paciente. “A tecnologia vai revolucionar ainda mais a saúde”, diz o engenheiro da computação Daniel Vieira Santos, CTO da Conexa Saúde.

    Arma contra o câncer

    O Hospital do Amor de Campinas (SP) utiliza uma plataforma de IA no combate ao câncer de mama. É a primeira instituição na América Latina a disponibilizar a tecnologia. Em parceria com o MIT, o projeto procura estabelecer prioridades no atendimento preventivo e, assim, reduzir o impacto causado por diagnósticos tardios. Como não há limite de inserção de casos, todas as pacientes que já realizaram mamografia na unidade serão beneficiadas.

    O robô cirurgião

    A cirurgia robótica permite realizar procedimentos minimamente invasivos para a retirada da próstata ou redução do estômago. Graças a controladores do tipo joystick, o médico realiza movimentos precisos, evita tremores e atinge locais de difícil acesso. Com alta definição e tecnologia 3D, as imagens podem ser ampliadas em até dez vezes o tamanho original. O robô Da Vinci é o mais famoso no Brasil. Já atende 51 hospitais de dez estados e do Distrito Federal.

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