A criptococose, que ganhou o apelido de “doença do pombo”, é uma infecção fúngica que frequentemente ocorre pelo contato com essas aves.
Trata-se de um tipo de micose sistêmica, transmitida através da exposição e inalação de esporos de fungos, que geralmente estão presentes em matérias orgânicas no solo, em frutas secas e cereais, nas árvores e em fezes de aves.
Os fungos do gênero Cryptococcus, o mais importante causador de micoses profundas no Brasil, estão principalmente nas fezes dos pombos.
+Leia também: O que é micose: causas, sintomas, prevenção e tratamentos
Quais são os sintomas da criptococose?
Tudo depende de qual parte do corpo é mais afetada. Em casos extremos, após a inalação do fungo, o paciente pode desenvolver uma infecção grave que em último caso pode progredir para uma meningoencefalite.
Muitos casos, porém, são mais leves. A criptococose cutânea pode ser notada com o aparecimento de lesões avermelhadas semelhantes a espinhas, úlceras e massas subcutâneas.
Quando a infecção afeta o pulmão, no caso de uma criptococose pulmonar, os fungos causam lesões que levam a sintomas como febre, tosse, dor torácica e perda de peso, chegando até a uma pneumonia grave.
Os fungos podem levar a doenças em qualquer órgão do corpo humano, se manifestando nos olhos, trato urinário e no sangue. Com a disseminação pelo corpo, a forma mais grave da infecção pode afetar o cérebro, causando a criptococose nervosa e sintomas como dor de cabeça, náuseas, confusão mental e alterações de visão.
Imunodeprimidos e crianças estão mais vulneráveis
A infecção criptocócica é uma das chamadas doenças oportunistas, que afetam pessoas com a imunidade comprometida.
Portadores de diabetes tipo 1, da doença de Hodgkin, lúpus, pacientes transplantados e em tratamento quimioterápico estão entre os grupos mais expostos à possibilidade de contrair a doença.
Como são o diagnóstico e o tratamento da criptococose
O diagnóstico da criptococose pode ser feito através de exames laboratoriais, como o exame de cultura de sangue, líquor ou outras secreções do local afetado.
O criptococo também pode ser isolado na urina ou no pus. O método mais comum é o exame do líquor-LCR, o mesmo utilizado no diagnóstico da meningite. Dependendo dos sintomas do paciente, exames complementares podem ser solicitados, tais como radiografias, tomografias e ressonâncias magnéticas.
O tratamento para a doença é oferecido gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) com medicamentos antifúngicos, variando de acordo com o estado imunológico de cada paciente e a gravidade do quadro individual.