Segundo um estudo da Universidade de Chester, na Inglaterra, 80% das mortes entre pessoas com diabetes tipo 2 são causadas por disfunções cardiovasculares. A taxa assusta principalmente porque, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência, apenas 42% dos entrevistados citaram questões cardíacas como consequências impactantes da doença. Até mesmo entre aqueles que sofrem com a condição o número foi baixo: pouco mais da metade mencionou o elo.
Quando todos foram interrogados especificamente sobre os medos que têm com relação ao diabetes, 32% indicaram a amputação — mesmo número dos que disseram temer a cegueira. Só 3% apontaram “ter alguma complicação no coração” como um dos temores mais alarmantes. “A doença cardiovascular no indivíduo com essa enfermidade mata mais que HIV, tuberculose e câncer de mama na população mundial”, conta o cardiologista Francisco Saraiva, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior de São Paulo, em um comunicado.
Há explicações para tamanho transtorno: o excesso de glicose na circulação, principal característica do diabetes, dá início a um processo inflamatório que danifica os vasos sanguíneos. Nesse contexto, a formação de placas que entopem as artérias — o estopim de um infarto, por exemplo — fica mais propícia.
Outro ponto: a resistência à insulina atrapalha a dilatação dos condutores de sangue, o que estimula o aumento da pressão. Para quem é diabético, fica o alerta de procurar um médico para que ele indique os cuidados mais adequados.