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O que é dermatite seborreica e como ela surge?

Descamação, vermelhidão e coceira são os principais sintomas dessa inflamação na pele que pode afetar pessoas de todas as idades

Por Larissa Beani
Atualizado em 10 nov 2023, 09h25 - Publicado em 9 nov 2023, 14h37
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Cerca de 40% dos brasileiros já tiveram problemas com caspa, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) (Freepik/Reprodução)
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A dermatite seborreica é uma doença de pele mais conhecida como caspa.

Pedacinhos de pele descamada pelo corpo, vermelhidão e coceira. É provável que você já tenha convivido com estes incômodos pelo menos uma vez na vida ou, então, conheça alguém que lide com eles.

Estes são os sinais clássicos da condição, que, sem causa conhecida, pode aparecer em qualquer idade e em várias partes do corpo. Em geral, acomete couro cabeludo, sobrancelhas, cantos do nariz, orelhas, tórax e costas.

“Assim como sugere o nome, a dermatite seborreica está ligada à produção de sebo, ou seja, os ambientes propícios para a doença são as áreas mais oleosas da pele”, explica Ademir Carvalho Leite Jr., médico membro da International Association of Trichologists.

A seguir, entenda o que é essa dermatite e saiba como preveni-la e tratá-la.

+ Leia também: Saúde do cabelo: como afastar caspa, calvície, oleosidade…

O que é a dermatite seborreica

Ao contrário do que muitos pensam, a dermatite seborreica não necessariamente é causada por falta de higiene.

“Ela é uma inflamação crônica que se origina nas glândulas sebáceas da pele, responsáveis pela produção de sebo do nosso corpo”, explica Gustavo Martins, dermatologista e membro da Associação Brasileira de Restauração Capilar (ABRC).

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O sebo é uma secreção oleosa que ajuda a evitar a perda de água e o ressecamento da pele. Com a inflamação da glândula, porém, sua produção sai dos trilhos.

Nessa situação de sobrecarga, o ciclo de vida das células da epiderme (camada da pele) acontece mais rápido do que deveria e seus restos mortais são eliminados em maior volume. São esses os pedacinhos visíveis da caspa.

Não raro, um fungo chamado Malassezia, que se alimenta de gordura, aproveita para se proliferar nas regiões afetadas e piorar a inflamação.

Sintomas

Em excesso, o sebo leva ao aparecimento de descamações da pele (a famosa caspa), eritema (vermelhidão) e prurido (coceira).

Segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 40% da população já teve episódios de caspa.

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A condição pode afetar homens e mulheres de todas as idades, mas costuma surgir de forma mais intensa no sexo masculino e é mais comum durante a infância e entre os 40 e 60 anos.

+ Leia também: 7 problemas comuns que afetam os cabelos – e o que fazer para revertê-los

Quando apresentada nas primeiras semanas de vida, a dermatite seborreica é chamada de crosta láctea e se caracteriza pelo aparecimento de crostas amareladas no couro cabeludo de bebês.

No geral, os quadros são facilmente controlados com cuidados tópicos. Contudo, a falta de tratamento pode favorecer o surgimento de complicações, como infecções bacterianas, que podem intensificar os sintomas.

Causas e fatores de risco

As causas da caspa ainda são desconhecidas, mas muitos fatores favorecem seu surgimento.

No caso da crosta láctea, até mesmo os hormônios maternos têm influência.

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“Os níveis hormonais da mãe e a predisposição genética do bebê podem levar à hiperatividade das glândulas sebáceas logo nas primeiras semanas de vida”, explica a Ana Carolina Sumam, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (RJ).

Questões hormonais também ajudam a entender a prevalência da condição entre homens adultos, já que a testosterona financia o crescimento das glândulas e a produção de sebo.

O estresse é outro fator crucial“, cita Sumam. “Ele pode tanto desencadear como agravar episódios de dermatite seborreica em algumas pessoas.” A condição costuma piorar em períodos com clima frio e seco.

O histórico familiar predispõe ao aparecimento da dermatite seborreica.

Outros fatores que influenciam até mesmo a gravidade dos quadros são:

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  • Alergias
  • Imunodeficiência
  • Distúrbios neurológicos, como a doença de Parkinson
  • Infecções fúngicas por Pityrosporum ovale e Malassezia sp.
  • Alcoolismo
  • Uso de certas medicações

+ Leia também: Alopecia areata: forma grave de calvície ganha novo remédio no país

Diagnóstico

O diagnóstico costuma ser feito de forma clínica pelo médico, com base nas queixas e sintomas apresentados.

Casos avançados e que tenham evoluído para complicações podem exigir a realização de exames laboratoriais.

Tratamento da caspa

A dermatite seborreica é uma doença crônica, mas pode ser facilmente controlada na maioria dos casos.

As principais medidas são as mudanças de hábitos, xampus e loções com composição específica e medicamentos.

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“São usados produtos que tenham princípios ativos capazes de reduzir a inflamação das glândulas, a vermelhidão e a secreção da caspa”, explica Gustavo Martins.

Combate ao fungo Malassezia

A depender de fatores de risco individuais e da gravidade na inflamação, o controle pode envolver uso de antifúngicos (para controlar a proliferação do Malassezia e outros fungos envolvidos), corticoides e até imunomoduladores tópicos.

Caso apresente sintomas de dermatite seborreica, procure um dermatologista para traçar o melhor tratamento para o seu caso.

+ Leia também: Tratamento da caspa ganha o reforço da toxina botulínica

Prevenção exige cuidado constante

O surgimento ou agravamento de quadros de dermatite seborreica pode ser prevenido a partir de alguns hábitos.

Lavar o cabelo regularmente é essencial para a saúde do couro cabeludo, mas não com a água muito quente. Evite vestir chapéus, bonés e capacetes por longos períodos, para não abafar a região. Prender cabelos ainda molhados também é má ideia.

É preciso ainda prestar atenção a certas substâncias. As utilizadas em procedimentos capilares agressivos, como a progressiva, favorecem a descamação do couro cabeludo. E mesmo essências naturais, como a babosa, podem provocar irritação.

Massagens, por outro lado, são válidas. “Elas podem ajudar na remoção de células mortas e na circulação sanguínea do couro cabeludo, evitando o aumento de sebo”, explica a dermatologista Ana Carolina Sumam.

Por fim, gerenciar o estresse é muito importante para quem tem caspa com frequência.

Nesse quesito, vale procurar psicoterapia, evitar situações desgastantes e apostar em atividades como exercícios físicos ou meditação, segundo sugerem os médicos.

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