Solução por um fio: cirurgia com cateter é esperança para AVC
Uma espécie de arame é capaz de retirar coágulos que bloqueiam vasos da cabeça, mesmo em casos avançados de acidente vascular cerebral
Por anos, a única forma de resolver o acidente vascular cerebral isquêmico era infundir medicações para dissolver o trombo que bloqueava a passagem do sangue. O problema é que tais remédios só funcionam em até 4,5 horas após o início dos sintomas — e muitas vítimas só chegam ao hospital depois desse prazo.
Mas agora há uma saída para situações em que o tempo foi estourado. É a trombectomia mecânica, um tipo de cirurgia em que um cateter é inserido numa artéria da virilha e guiado até a região do cérebro afetada. A empresa Johnson & Johnson desenvolveu o Revive SE, o primeiro dispositivo específico para essa operação.
“Com exames de imagem, definimos quais casos se beneficiarão da técnica e, assim, elevamos a taxa de sucesso”, diz o neurorradiologista Eduardo Wajnberg, do Hospital Américas, no Rio de Janeiro.
Tempo é cérebro!
Sabia que, a cada minuto após o derrame, 2 milhões de neurônios morrem? Ficar atento aos sinais e procurar o serviço de emergência ajuda a evitar as repercussões do AVC. “Os sintomas são perda de força de um lado do corpo, alteração da fala, sensação de desequilíbrio, entortamento da boca e dor de cabeça intensa”, enumera a neurologista Renata Simm, do Hospital Santa Paula, na capital paulista. Nessas situações, vá a um hospital ou ligue para o 192.
- No hospital, a tomografia deve ser feita em até 20 minutos
- O médico precisa interpretar o resultado do exame em 25 minutos
- Se o problema for detectado, o tratamento começa em 45 minutos