Ninguém duvida que o cigarro faz mal à saúde – e um estudo realizado durante os últimos 12 meses traz mais um argumento para sustentar essa afirmação. Segundo o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), o tabagismo está relacionado a um risco três vezes maior de desenvolver câncer de bexiga.
Feita com pacientes atendidos pela equipe de urologia dessa instituição, a pesquisa demonstra um elo entre o cigarro e 65% dos casos desse tipo de tumor em homens, e 25% nas mulheres. O hábito é o maior fator de risco para essa versão da doença.
Apesar de o pulmão ser visto como a principal vítima do tabagismo, a bexiga também é fortemente afetada pelas substâncias químicas — muitas delas carcinogênicas — do cigarro. Depois de inaladas, elas entram na corrente sanguínea e são filtradas pelos rins. E, lá adiante, na bexiga, a urina ainda contém componentes do cigarro, o que pode danificar células da região.
Verdade que o câncer nesse órgão não é tão comum. Em contrapartida, tem uma taxa de mortalidade bastante alta — seis vezes maior do que a do tumor mais comum entre os homens, o de próstata. Dentre os voluntários analisados na pesquisa do Icesp, por exemplo, 30% já estavam com esse mal em estágio avançado, sendo necessária a retirada completa do órgão.
Os principais sintomas da doença envolvem, além de sangue e espuma na urina, dor e dificuldade para fazer xixi. Infecções urinárias frequentes também acusam o problema. E vale lembrar: mesmo que não indiquem um tumor, esses sinais podem levar à descoberta de outras chateações do trato urinário – portanto, sempre merecem atenção.
Fora o tabaco, o levantamento do Icesp aponta tinturas de cabelo e tintas em geral, tecidos, borracha e petróleo entre as substâncias de risco para o câncer na bexiga. Para quem trabalha com esses tipo de composto, o instituto alerta: use equipamentos de proteção, como luvas e máscaras.