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Chega de enxaqueca

Explicamos aqui os sintomas e gatilhos da doença e as maneiras de se livrar das crises e ter mais qualidade de vida

Por Abril Branded Content
Atualizado em 1 dez 2020, 16h01 - Publicado em 1 dez 2020, 15h54
Parece que sua cabeça vai explodir? Calma, a dor pode passar. (iStock/Divulgação)
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Dor de cabeça intensa e latejante, geralmente acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som1,2  são alguns dos sintomas da enxaqueca, a segunda doença mais comum do mundo, que atinge aproximadamente 15% da população do planeta – cerca de 1 bilhão de pessoas3Cerca de 14% das mulheres têm crises frequentes, enquanto o índice é de 7% entre os homens.1

Só no Brasil 30 milhões de pessoas sofrem desse mal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que desde 2012 reconhece a enxaqueca como uma doença incapacitante, sendo ela a segunda causa de anos vividos com incapacidade.4

Apesar de atingir tantas pessoas e prejudicar a qualidade de vida, a automedicação ainda é mais comum do que a busca por ajuda profissional – atitude que realmente faz a diferença na melhora do quadro. O caminho para mudar esse cenário passa pelo conhecimento das causas, sintomas e dos gatilhos da doença e, principalmente, dos tratamentos que permitem controlar a dor.  

Enxaqueca ou cefaleia?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia, a dor de cabeça é uma terminologia popular para a cefaleia, que tem entre suas várias formas – são mais de 150 modalidades –, a enxaqueca (também conhecida como migrânea). Algumas particularidades da doença, no entanto, ajudam a diferenciá-la clinicamente das demais formas de cefaleia: 

De crise em crise: a enxaqueca se manifesta por episódios que podem durar de quatro a 72 horas, se não tratadas. Porém, se utilizados os medicamentos apropriados, indicados por um médico, a duração pode ser menor.

Os tipos e intensidades da dor: geralmente a dor é latejante e unilateral, podendo haver variação de lado entre os episódios. Já a intensidade vai de moderada a forte, o que acaba prejudicando a qualidade de vida do paciente.

Muito além da dor: além da dor, durante a crise o paciente costuma apresentar náusea, vômito, intolerância à luz (fotofobia), ruídos (fonofobia) e odores (osmofobia). Alguns fatores, como atividade física rotineira durante o episódio, podem piorar a dor.

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Enxaqueca por quê?

A ciência ainda não descobriu exatamente quais são as causas da enxaqueca.1,5 “Sabe-se, no entanto, que se trata de uma doença com predisposição genética, que confere ao cérebro uma hipersensibilidade a diversos estímulos normalmente inócuos, como por exemplo menstruação ou estresse emocional”, explica a neurologista Aline Turbino, de São Paulo.

De acordo com alguns estudos, a enxaqueca pode ser provocada por alterações no tronco cerebral e por suas conexões com o nervo trigêmeo, que atua na transmissão dos estímulos dolorosos no organismo.5 Estima-se, ainda, que o desequilíbrio na produção de algumas substâncias químicas do cérebro podem estar relacionadas à doença.5 Durante as crises, o nervo trigêmeo libera neuropeptídeos, compostos por substâncias que promovem a dilatação dos vasos, iniciando uma cascata inflamatória que origina a dor e os sintomas típicos da enxaqueca.5

As fases da crise

Nem todos os pacientes passam necessariamente por todas estas etapas, e a mesma pessoa pode apresentar sintomas diferentes em cada episódio6. Mas, geralmente, a enxaqueca envolve: 

– Fase de pródromo: pode ocorrer de 24-72 horas antes da dor. Surgem mudanças sutis horas ou dias antes do aparecimento da crise.5 Entre os sintomas mais comuns estão a prisão de ventre, alteração de humor, dor no pescoço, bocejo frequente, aumento da sede e da vontade de urinar, entre outros.1,5

Fase de aura: pode haver hipersensibilidade ao toque, dificuldades com a fala, distúrbios visuais como flashes de luz ou visão borrada, paralisia ou sensação de formigamento em algum membro.1,5,7 Os sintomas começam gradualmente e duram de cinco minutos a uma hora, aproximadamente.6

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– Fase de dor:  ela geralmente se manifesta unilateralmente, é latejante e dura de quatro a 72 horas. Os outros sintomas incluem as náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e aos sons.1,5

– Fase de pós-dromo: ao final da crise, o paciente pode se sentir cansado, com alterações no humor e dificuldade de concentração.1,5

Os fatores que desencadeiam as crises

Geralmente quem sofre com o problema costuma perceber que alguns fatores agem como gatilho e provocam um episódio.8 Os mais comuns são: 

– Hormônios femininos: as mulheres têm três vezes mais chances de sofrer de enxaqueca do que os homens, e isso se deve, em parte, às alterações nos níveis de estrogênio e suas oscilações mensais.8 A crise, que pode surgir de dois dias antes a até três dias depois do início da menstruação, costuma ser mais grave e difícil de tratar do que nos outros períodos do mês.9 – Estresse: ele atua como gatilho ao liberar peptídeos e hormônios como a serotonina e o CGRP, que dilatam e inflamam os vasos sanguíneos. A partir daí há superestimulação das células nervosas, o que provoca dor e outros sintomas da enxaqueca.10 Não é à toa que de 50 a 70% das pessoas associam o nível de estresse diário às crises.8  

– Excesso de analgésicos: o consumo de medicamentos para aliviar a dor aguda por mais de dez dias ou 15 em um mês (dependendo de cada tipo de medicação) pode desencadear um fenômeno conhecido como “Cefaleia por Uso Excessivo de Medicamentos”.8 “A automedicação e o consumo exagerado de remédios são as principais causas de cronificação, ou seja, do aumento na intensidade da dor ou da quantidade de dias das crises. Em vez  de melhorar, o paciente está agravando o quadro. Por isso é tão importante buscar ajuda especializada”, alerta a neurologista. 

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– Alimentação e hábitos inadequados: o episódio pode ser provocado, ainda, por sono irregular,8,11,12, consumo de cafeína, álcool, alguns tipos de queijo mais gordurosos e chocolate,8,11,12, mudanças climáticas,8,11,12, manter jejum por um longo período11,12 e a desidratação.8,11,12

Como o gatilho varia de pessoa para pessoa8, o ideal é anotar em um diário os fatores que desencadeiam os episódios e, dessa forma, identificar um padrão. Assim, seu médico poderá fazer o diagnóstico adequado e indicar o tratamento para limitar a frequência e a gravidade da enxaqueca.11  

A boa notícia: há tratamento

De acordo com a neurologista, a enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada.  “Quem segue as recomendações do médico pode viver bem, como em qualquer doença crônica”, diz. E há indicações para cada caso específico. Por exemplo, há tratamento de analgesia, quando o paciente está em crise e sente muita dor, e profiláticos, que previnem ou reduzem os episódios e a intensidade da dor. As orientações são amplas e abrangem acompanhamento nutricional, o que ajuda a diminuir os gatilhos de dor, e apoio psicológico por meio de terapia comportamental cognitiva e até mesmo a fisioterapia. 

“É possível tratar através de medicamentos, aplicação de toxina botulínica ou com dispositivos de modulação da dor. Os tratamentos dependem do perfil do paciente, do nível de dor e da frequência das crises. Por isso, quem sofre com enxaqueca deve procurar a orientação de um neurologista especialista em dor de cabeça, pois somente o profissional tem condições de diagnosticar, decidir e gerir, de acordo com o perfil e tolerabilidade do paciente qual o tratamento mais indicado”, alerta Turbino.

Vale lembrar que incorporar hábitos saudáveis ao dia a dia também é essencial para prevenir episódios. “Mantenha-se bem hidratado, alimente-se de três em três horas, pratique atividade física regularmente, durma o suficiente para se sentir descansado e evite, sempre que possível, as situações de gatilhos”, aconselha a neurologista. 

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Informação e busca de orientação adequada também são fundamentais para reduzir os incômodos da enxaqueca e ter mais qualidade de vida. Para entender mais sobre a doença, como prevenir as crises e entender quando é hora de buscar ajuda médica, acesse Mais um dia sem enxaqueca

Referências

  1. Migraine overview. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0072557/Acesso em abril de 2018.2. NIH – National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Migraine Information Page. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/disorders/all-disorders/migraine-information-page Acesso em abril de 2018.
  2. Global Burden of Disease Study 2016. Lancet .2017;390:1211-125.
  3. A mente é maravilhosa. Enxaquecas, a dor na sombra. Disponível em: https://amenteemaravilhosa.com.br/enxaquecas-dor-na-sombra/Acesso em outubro de 2019.
  4. Mayo Clinic. Migraine. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/migraine-headache/symptoms-causes/syc-20360201?p=1Acesso em abril de 2018.
  5. WebMD. Migraine Phases. Disponível em:https://www.webmd.com/migraines-headaches/migraine-phases#1 Acesso em abril de 2018.
  6. PubMed. Migraine overview. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0072557/Acesso em abril de 2018.
  7. American Migraine Foundation. Top 10 migraine triggers and how to deal with them. Disponível em: https://americanmigrainefoundation.org/understanding-migraine/top-10-migraine-triggers-and-how-to-deal-with-them/Acesso em abril de 2018.
  8. Migraine Research Foundation. The impact of hormones. Disponível em:https://migraineresearchfoundation.org/about-migraine/migraine-in-women/the-impact-of-hormones/ Acesso em abril de 2018.
  9. com. Stress migraine. Disponível em: https://migraine.com/migraine-types/stress-migraine/Acesso em abril de 2018.
  10. Migraine Research Foundation. Migraine triggers. Disponível em: https://migraineresearchfoundation.org/about-migraine/migraine-triggers/Acesso em abril de 2018.

12. The Migraine trust. Common triggers. Disponível em: https://www.migrainetrust.org/about-migraine/trigger-factors/common-triggers/ Acesso em abril de 2018.

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