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Câncer de mama em fase inicial pode dispensar quimioterapia

Esse é o achado de uma pesquisa apresentada no maior congresso sobre câncer do mundo

Por Instituto Vencer o Câncer
Atualizado em 9 out 2018, 17h49 - Publicado em 7 jun 2018, 15h22
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  • Estudo publicado no New England Journal of Medicine e apresentado nesta semana na sessão mais importante do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia, em Chicago, revelou que a maior parte das pacientes consideradas de baixo risco para recidiva do câncer de mama (ou seja, a volta do tumor) pode evitar a quimioterapia. Segundo o trabalho, mais de dois terços dessas mulheres deveriam realizar apenas o tratamento hormonal. 

    A pesquisa, chamada de TailorX, acompanhou mais de 10 mil mulheres durante cerca de nove anos nos Estados Unidos e em outros cinco países. Os resultados da avaliação mostraram que a maioria das pacientes poderia rejeitar a quimioterapia após a retirada do tumor. A mulher poderia seguir seu tratamento exclusivamente com a hormonioterapia, que bloqueia o hormônio capaz de contribuir para a volta do câncer. 

    Uma das autoras do estudo, a médica brasileira Ingrid Mayer, chefe do serviço de mama da Vanderbilt University Medical Center, nos Estados Unidos, ressalta que os achados são importantes para evitar tratamentos desnecessários e com efeitos colaterais indesejados, comuns na quimioterapia. “O impacto do estudo é muito grande, uma vez que a maioria das pacientes diagnosticadas com câncer de mama tem tumores de menor risco, com características que se beneficiariam da terapia hormonal”, destaca Ingrid Mayer.

    Para chegar a essas conclusões, os cientistas avaliaram dados do Oncotype, um teste que ajuda a identificar as características do câncer e, assim, guiar a melhor forma de tratamento. No Brasil, o teste não está disponível na rede pública nem é coberto pelos planos de saúde. 

    O oncologista Antonio Carlos Buzaid, fundador do Instituto Vencer o Câncer e médico da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista, nota que os dados apresentados podem mudar a conduta do tratamento daqui pra frente. “É uma grande novidade, com potencial para proteger as pacientes com tumores característicos dos efeitos de terapias mais agressivas”. 

    Os autores do estudo fazem uma ressalva. Mulheres com menos de 50 anos devem ter uma conduta individualizada, pois os resultados da pesquisa indicaram que essas pacientes teriam melhor prognóstico com a combinação de hormonioterapia e quimio.

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