A cada hora, três amputações são feitas no Brasil — o que gera uma enorme demanda por próteses no país. Com o preço estimado de até 8 mil reais por peça, porém, nem todos conseguem pagar por uma.
Além disso, no sistema público, pacientes chegam a aguardar mais de dois anos para receber a sua. Pensando nisso, pesquisadores do Projeto Bambu, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), desenvolveram um modelo de baixo custo.
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“O Protebam é avaliado em apenas 1,5 mil reais e permite que a pessoa amputada trabalhe e inicie o tratamento enquanto aguarda a chegada da prótese definitiva”, explica João Victor Gomes dos Santos, designer e criador da prótese.
A peça tem durabilidade de ao menos um ano e foi aprovada por voluntários de hospitais do interior de São Paulo.
As vantagens
Conforto e sustentabilidade são as chaves do projeto
Solução ambiental
O modelo é feito de fibra de bambu e resina de mamona, matérias-primas renováveis. Na cadeia de fabricação, há incentivo a pequenos produtores.
Acessibilidade
Com material barato e sem custos de importação, criadores conseguiram diminuir o preço sem reduzir conforto e funcionalidade.
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Acomodação
A leveza da prótese é essencial para quem está se adaptando, bem como o encaixe da peça ao corpo, que é moldado em resina de mamona.
Versatilidade
A Protebam é voltada a pessoas com amputação abaixo do joelho, mas, com investimento, próteses de bambu serão comuns para outros casos.
Estatísticas
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), mais de 280 mil amputações de pés e pernas foram realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2012.
Em 2022, o Brasil bateu recorde de cirurgias desse tipo provocadas por complicações do diabetes: 31 mil procedimentos.