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Anvisa libera Coronavac para vacinar crianças a partir dos 6 anos

A vacina para esse público será a mesma que já foi utilizada em adultos, com intervalo de 28 dias entre as doses

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 20 jan 2022, 15h44 - Publicado em 20 jan 2022, 15h44
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  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da Coronavac, vacina do Instituto Butantan contra a Covid-19, para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos.

    A fórmula para esse público será a mesma dos adultos, e as duas injeções devem ser aplicadas com 28 dias de intervalo. A dose também não muda: é de 0,5 ml.

    Essa é a segunda vacina da Covid-19 aprovada para crianças no país. No início de janeiro, a Anvisa autorizou a aplicação do imunizante da Pfizer, que possui uma fórmula pediátrica, com intervalo de oito semanas entre as duas picadas.

    A Coronavac é considerada uma boa opção para as crianças. Ela é uma vacina de vírus inativado, tecnologia conhecida, igual à usada no imunizante contra a gripe. Embora seja um pouco menos eficaz nos idosos, costuma despertar uma boa reação imune nos organismos mais novos.

    Segundo o Butantan, dados demonstraram que as duas doses da Coronavac têm eficácia superior a 96% contra hospitalizações e mortes em crianças e adolescentes.

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    Só há indicação de que ela não seja utilizada em crianças imunocomprometidas — o que inclui aquelas em tratamento contra o câncer, que convivem com HIV, transplantadas e com outros quadros que afetam o sistema imunológico. A agência informou que esse cuidado é referente à eficácia, que precisaria ser maior para esse público. Esse público deve receber, portanto, a vacina da Pfizer.

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    Dados da vida real confirmam eficácia e segurança

    A Coronavac já é utilizada nos pequenos com mais de 3 anos em locais como Argentina, Chile, China, Índia e Emirados Árabes Unidos. A decisão nesses países foi tomada a partir de estudos que apontaram que a fórmula é segura e eficaz também para essa faixa etária.

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    Por aqui, a Anvisa decidiu aprovar o uso a partir dos 6 anos, e afirmou que tomou essa decisão com base na observação da “vida real” do Chile, que comparou quem recebeu Pfizer, Coronavac e quem não se vacinou. Por lá, 3 milhões de crianças tomaram a Coronavac e, na análise da agência, a eficácia e a segurança ficaram mais claras a partir dessa idade.

    A Anvisa afirmou que não foram relatadas reações adversas importantes em todos os estudos apresentados e, quando eles ocorreram, foram raros — apenas 10 em 100 mil doses aplicadas. Não houve nenhum óbito.

    A compra e distribuição das doses fica, em tese, a cargo do Ministério da Saúde. Estados e municípios também podem negociar diretamente as doses com o Butantan. João Doria, governador do estado de São Paulo, já fez uma cerimônia simbólica para vacinar uma criança de 9 anos com o imunizante, e espera acelerar o calendário infantil com a nova opção.

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    + LEIA TAMBÉM: Vacina da Covid-19 em crianças: tudo o que você precisa saber

    Por que é importante vacinar as crianças?

    Em primeiro lugar, para protegê-las. Esse é um ponto unânime entre os pediatras. Apesar de geralmente terem quadros mais leves do que os adultos, elas ainda podem adoecer e morrer. Só em 2021, foram 1 400 óbitos de pessoas abaixo dos 18 anos devido à Covid-19, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

    O número é maior do que as mortes provocadas por todas as outras doenças evitáveis por vacinas somadas. Além disso, crianças também podem ter sequelas da Covid e transmitir o vírus a outras pessoas, incluindo quem não pode se vacinar, como os bebês.

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    Segundo análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quase metade dos menores de idade brasileiros mortos pelo coronavírus em 2020 tinha até 2 anos de idade. Um terço dos óbitos de pessoas com até 18 anos ocorreu entre menores de 1 ano, e 9% em bebês com menos de 28 dias de vida.

    Além disso, quanto mais gente protegida, há menos risco de que novas variantes surjam. Isso porque pessoas sem proteção alguma dão espaço para o vírus se replicar em grandes quantidades. Cada vez que ele se espalha, há a possibilidade de novas mutações, que podem ou não mudar o rumo da pandemia.

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