Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Anticoncepcionais podem reduzir o risco de câncer, diz estudo

Pesquisa feita com 46 mil mulheres indica que aquelas que usaram pílulas tiveram menos chances de desenvolver três tipos de câncer

Por Pâmela Carbonari (da Superinteressante)
Atualizado em 5 nov 2018, 14h34 - Publicado em 25 mar 2017, 15h51

Em meio ao mar de polêmicas e pesquisas inconclusivas sobre os efeitos colaterais causados por anticoncepcionais, eis um estudo mais certeiro: o uso do medicamento não aumenta a probabilidade de câncer, e tomar pílula pode diminuir os riscos de desenvolver alguns tipos da doença. A descoberta é de uma pesquisa feita pela Universidade de Aberdeen, no Reino Unido, ao longo de 44 anos com 46 mil mulheres – considerada a mais longa já feito sobre o assunto.

A ideia de que os comprimidos anticoncepcionais podem ter relação com o surgimento de câncer está muito atrelada ao estrogênio. No organismo, ele é sintetizado pelos ovários e responsável por controlar a ovulação e preparar o corpo da mulher durante a gravidez, distribuindo gordura e estimulando o desenvolvimento mamário, por exemplo.

Nas pílulas, combinado com a progesterona, ele engana o organismo para evitar a contracepção. O problema é que o estrogênio também é conhecido por “alimentar” alguns tipos de tumor e, por isso, existe o medo de que o uso de anticoncepcionais poderia aumentar as chances de câncer a longo prazo.

No entanto, os cientistas de Universidade de Aberdeen descobriram que as mulheres que usavam pílula estavam menos propensas a ter câncer de ovário, endométrio e intestino que aquelas que nunca haviam utilizado pílula. Eles perceberam que tomar o medicamento por algum tempo diminui o risco de câncer de intestino em 19%, de endométrio em 34% e de ovários em 33%.

Isso significa que uma a cada três mulheres que poderiam ter sido acometidas pela doença nos ovários ou no endométrio foi “protegida” pelo uso da pílula. Nos casos de câncer de intestino, a proporção é uma a cada cinco.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores também analisaram os riscos de todos os tipos de câncer em mulheres que tomaram anticoncepcionais durante os anos em que estavam em idade reprodutiva, e concluíram que o uso da pílula não aumentou as chances de desencadearem a doença mais tarde na vida.

O estudo começou a ser desenvolvido pelo Royal College of General Practitioners, em 1968, sete anos depois que os primeiros anticoncepcionais passaram a ser prescritos na Inglaterra, para monitorar os impactos futuros da substância na saúde das mulheres. Os resultados foram publicados no periódico American Journal of Obstetrics and Gynecology.

A líder da pesquisa, Lisa Iversen, afirma que as conclusões são tranquilizadoras e valem as quatro décadas de investigação. “As usuárias de anticoncepcionais não aumentaram suas chances de desenvolver câncer e o efeito protetor contra alguns tipos da doença pode durar, pelo menos, 30 anos. Os resultados são uma forte evidência de que as mulheres não estão se arriscando por escolherem contraceptivos orais.”

Continua após a publicidade

A presidente da Royal College of General Practitioners, Helen Stokes-Lampard, alerta para que a pílula não seja prescrita como uma medida preventiva contra o câncer, porque algumas mulheres apresentam outros tipos de efeitos colaterais ao usar a substância. Ela também defende que o estudo será útil no dia a dia dos consultórios, na busca de um método contraceptivo que se adapte à saúde e às necessidades de cada paciente.

Este conteúdo foi publicado originalmente na Superinteressante.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.