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Aneurisma cerebral: entenda condição de Emilia Clarke, de Game of Thrones

Ligada a casos de hipertensão arterial e fatores genéticos, problema pode ser assintomático, mas exige cuidados para não se tornar fatal

Por Luana Pazutti
Atualizado em 13 jun 2024, 15h38 - Publicado em 13 jun 2024, 15h36
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Atriz teve dois aneurismas, em 2011 e 2013, e voltou a relatar a experiência nos últimos dias (Arquivo pessoal/Instagram/Reprodução)
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Em 2019, a atriz Emilia Clarke, conhecida por seu papel como Daenerys Targaryen na série Game of Thrones, revelou ter enfrentado dois aneurismas cerebrais durante as gravações da série. O assunto voltou a repercutir nesta semana, após a publicação de uma entrevista concedida por Clarke à revista britânica The Big Issue, em que ela recordou a aflição causada pelo problema de saúde.

Além de narrar o processo de enfrentamento da doença, a atriz destacou que teve medo de perder seu emprego por causa das hemorragias no cérebro. Clarke precisou passar por uma cirurgia e permanecer internada, no início de 2011. Dois anos depois, outro aneurisma também exigiu intervenção cirúrgica.

“Quando você sofre uma lesão cerebral — porque isso altera seu senso de identidade em um nível tão dramático — todas as inseguranças que você sente ao entrar no local de trabalho quadruplicam da noite para o dia”, afirmou.

O que é um aneurisma cerebral?

Esse tipo de aneurisma consiste em uma dilatação atípica na parede enfraquecida de uma artéria do cérebro. Na região, forma-se uma espécie de “balão” de sangue, que pode crescer e se tornar gradativamente mais frágil, até estourar. Além da ruptura e hemorragia, o afrouxamento do tecido vascular pode levar à compressão de outras áreas cerebrais.

A condição pode ser congênita, mas, na maioria das vezes, está vinculada à hipertensão arterial. Predisposições genéticas, tabagismo, aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos, diabetes e consumo excessivo de álcool também podem agravar o problema.

+Leia também: Um em cada três adultos vive com hipertensão no mundo, diz OMS

É importante destacar que, embora os aneurismas cerebrais sejam mais famosos, esse problema pode se formar em qualquer artéria do corpo, podendo ocorrer, por exemplo, na extensão do tórax, no abdômen ou nos membros inferiores. É, contudo, no cérebro e na aorta que essa emergência de saúde apresenta os maiores riscos à vida.

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Como identificar um aneurisma cerebral?

O aneurisma é uma condição silenciosa, que costuma ser assintomática até o seu rompimento. Com a expansão do tecido, em certos casos, podem ser percebidos alguns sinais. Dependendo da área afetada no cérebro, episódios de dor de cabeça súbita, náuseas, vômitos e perda da consciência se tornam comuns.

Os sinais mais evidentes, no entanto, podem só aparecer quando já há risco de morte – o momento em que ocorre a ruptura seguida de hemorragia. Geralmente causado por um pico de hipertensão descontrolado, o sangramento pode ser fatal quando se torna abundante.

É possível prevenir um aneurisma cerebral?

Quando o assunto é prevenção, deve-se realizar o monitoramento da pressão arterial e dos índices de glicose, colesterol e triglicerídeos. Além disso, uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos regulares são essenciais. Vale também moderar o consumo de bebidas alcoólicas e evitar o cigarro.

Quando houver predisposições genéticas, é importante ainda realizar o acompanhamento junto a um neurologista, que poderá recomendar exames periódicos, como a angiotomografia e a angiorressonância magnética.

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Não existe uma forma garantida de evitar a formação de um aneurisma, mas essas adequações no estilo de vida podem reduzir drasticamente as chances de sofrer com o problema, e o monitoramento permite identificar e tratar o quadro antes que ele gere uma emergência.

Aneurisma tem tratamento?

Quando identificado nos exames de imagem, o problema pode ser tratado antes do rompimento por meio de cirurgias. Variando de acordo com as condições clínicas do paciente, os procedimentos podem ser realizados de forma aberta ou por via endovascular. Em ambos, o objetivo é preservar a integridade da artéria afetada.

Em alguns casos, aneurismas pequenos, de 2 a 3 milímetros, podem ser acompanhados sem intervenções. Nessas situações, vale adotar as medidas já mencionadas e realizar exames de rotina.

Para Emilia Clarke, o tratamento dos aneurismas foi desafiador. A doença — que possui altas taxas de mortalidade quando há o rompimento — deixou partes do seu cérebro debilitadas e demandou a instalação de uma placa de titânio no crânio. Depois dos episódios, a atriz seguiu sua carreira e fundou uma organização de apoio para pessoas com lesões cerebrais, a SameYou.

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