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Efeito Olimpíadas: os cuidados antes de começar um esporte

Atletas são inspiração para iniciar prática de exercícios físicos – e não é necessário ter espírito olímpico para investir em uma modalidade

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 6 ago 2021, 14h20 - Publicado em 5 ago 2021, 17h55
olimpíadas
Olimpíadas fazem crescer interesse por prática de esportes.  (Foto: Nicolas Hoizey/Unsplash/Divulgação)
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Atletas com histórias e feitos inspiradores param o mundo em tempo de Olimpíadas. Assistir às competições das mais de 40 modalidades pode estimular o interesse pela prática de esportes. Mas, antes de se aventurar em manobras e movimentos, é bom checar como vai a saúde do coração e dos músculos – principalmente se estiver saindo do sedentarismo. Quem é mais experiente deve refletir sobre suas aptidões na hora de mudar a rotina de exercícios.

“As Olimpíadas mostram que não faltam opções de atividades, e um profissional de educação física pode fazer adaptações e ajustes para o perfil de cada aluno. Se a pessoa deseja iniciar esgrima, por exemplo, e não há escolas na cidade dela, é nessa hora que um instrutor vai ajudar”, aconselha Yara Fidelix, professora do Colegiado de Educação Física da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Pernambuco.

Nada é impossível no mundo esportivo, mas é importante conhecer bem seu corpo e começar devagar. “Em tese, dá para escolher qualquer atividade, mas há algumas particularidades. O skate pode ser preocupante para os mais velhos, por exemplo, porque há maior risco de lesão, sobretudo se a pessoa já apresenta redução do equilíbrio e dos controles motores”, opina o médico Moisés Cohen, presidente da Comissão Médica da Federação Paulista de Futebol (FPF).

No Brasil, as modalidades mais comentadas nas Olimpíadas são futebol, basquete, ginástica, vôlei e tênis, segundo levantamento do Twitter. Elas parecem mais tranquilas, mas também pedem preparo. “De uma forma geral, se a pessoa não tem nenhuma doença ou comportamento de risco, até pode iniciar a prática sozinha. No entanto, o ideal é que ela seja orientada por um especialista na área, já que algumas modalidades exigem maior aptidão cardiorrespiratória”, recomenda Yara.

A corrida e o ciclismo são as atividades aeróbicas mais fáceis de incorporar na rotina, mas vale checar o condicionamento. A preocupação é também evitar lesões. “Descer ladeiras na corrida pode prejudicar quem já tem uma dor no joelho. Orientações assim ajudam o indivíduo a executar a modalidade escolhida de forma saudável”, explica Cohen.

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Natação, dança e esportes coletivos, como o vôlei e o futebol, são bem adaptáveis a diferentes perfis, e os efeitos de bem-estar são sentidos em pouco tempo.

Independentemente do exercício escolhido, o fundamental mesmo é que ele proporcione prazer. “Se for feito com gosto, a chance de a pessoa desistir é menor, e os efeitos psicossociais são praticamente imediatos. Já os benefícios para a saúde fisica levam cerca de 12 semanas para aparecer, como melhora na força, na flexibilidade e nas funções cardiorespiratórias”, avalia Yara.

Troca de modalidade

Quem já pratica esporte e quer ir além, variando atividades, tem outras reflexões a fazer. “A mudança fica mais fácil quando a pessoa possui uma habilidade que pode ser aproveitada nessa outra prática. Mas algumas adaptações de treino podem ser necessárias”, relata Yara.

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Reconhecer suas aptidões é um bom passo para se encaixar em novos esportes. “A Rayssa [Leal], por exemplo, sabe desde cedo que tem equilíbrio, agilidade e bom reflexo, mas talvez ela não lide tão bem com uma bola na mão. Assim como um bom nadador nem sempre será um ótimo ciclista”, cita Cohen.

+ LEIA TAMBÉM: O que podemos aprender com o preparo das nossas jogadoras de futebol

Sem metas olímpicas

É bonito ver a garra dos atletas pela televisão, mas, ao fazer exercícios no dia a dia, meros mortais não precisam ter todo esse espírito olímpico. Quem compete em um evento dessa grandiosidade dedica sua vida ao treinamento e convive com lesões. “O esporte de alto rendimento é sempre mais agressivo do que a prática de lazer. Essa máxima do ‘no pain, no gain’ [sem dor, não há ganho] é controversa para pessoas comuns”, avalia Cohen.

Orientações médicas e de um educador físico podem evitar problemas mais sérios. “Às vezes, queda de pressão, excesso de cansaço, tontura e câimbra são sinais de que a pessoa passou um pouquinho de seus limites”, avisa a educadora física Yara.

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Modas de novos esportes vivem surgindo, sejam elas impulsionadas ou não por Olimpíadas ou outros campeonatos. Mas nem sempre a tendência do momento é simples ou serve para todo o mundo. “Uma moda recente é o tênis de praia. Muita gente que não fazia nenhuma atividade toma gosto e se excede, praticando por horas. Só que a incidência de lesões é grande”, relata Cohen.

Movimentar-se todos os dias é a principal recomendação dos médicos, e a novas atividades são mais do que bem-vindas. Basta respeitar limites e cuidar da saúde.

Principais modalidades olímpicas

Tiro com arco
Basquete
Ginástica artística
Nado artístico
Atletismo
Badminton
Baseball e softbal
Vôlei de praia
Boxe
Canoagem
Ciclismo
Saltos ornamentais
Hipismo
Esgrima
Futebol
Golfe
Handebol
Hóquei de grama
Judô
Karatê
Maratona aquática
Pentatlo moderno
Ginástica rítmica
Remo
Rugby
Vela
Tiro
Skate
Escalada
Surfe
Natação
Tênis de mesa
Taekwondo
Tênis
Ginástica de trampolim
Triatlo
Vôlei
Polo Aquático
Halterofilismo
Luta

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