Colina: conheça o nutriente essencial para gestantes e crianças
Pouco conhecido, ele é uma peça importante no desenvolvimento do bebê, durante a gestação, e da criança, após o nascimento
O suplemento de ácido fólico costuma fazer parte da rotina das gestantes. Mas, quando se trata da colina, a maioria das mulheres provavelmente nunca nem ouviu falar sobre ela. Isso é uma pena, pois o nutriente é tão importante quanto o ácido fólico para o período em que a criança está sendo formada e durante toda a sua infância. Ele participa da formação do tubo neural, estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal do pequeno, além de ser muito importante no desenvolvimento cognitivo, ou seja, como ele irá responder a estímulos e ao aprendizado. Graças a todos esses benefícios, a Sociedade Brasileira de Pediatria preconiza que esse nutriente é essencial para o desenvolvimento infantil.
A colina está presente em alimentos como fígado de frango e de boi, ovos e bacalhau fresco, mas é muito difícil obtermos a quantidade diária recomendada por meio da dieta. Tanto é que, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição dos Estados Unidos, 90% da população americana, em geral, não consome doses suficientes. Para os adultos, que também se beneficiam muito com o nutriente, já que ele é importante para a saúde do fígado e do cérebro, o ideal são 550 mg, mesma dose indicada para as lactantes. Já as crianças precisam de 250 mg e as gestantes, 450 mg.
Por essa razão, a suplementação é muito bem-vinda, especialmente dos três meses antes da concepção até os 2 anos de idade da criança, os chamados 1100 dias. E não faltam evidências científicas provando a sua importância. Algumas delas foram obtidas através de estudos realizados na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, que avaliaram os efeitos da suplementação de colina por gestantes na função cognitiva de seus filhos. As voluntárias foram divididas em dois grupos, o primeiro recebeu 480 mg diários a partir do início do terceiro trimestre de gestação e o segundo, 930 mg na mesma fase e a ingestão nos dois casos se manteve até o parto. As crianças foram avaliadas até os 13 meses de idade para analisar a velocidade de processamento da informação, uma medida que prediz o QI da criança aos 4 anos. Aos 7 anos, novos testes foram realizados para avaliar a atenção sustentada das crianças. A atenção sustentada está relacionada a uma série de processos cognitivos, como a resolução de problemas e memória de trabalho, que estão positivamente associadas ao desempenho escolar. E os resultados mostraram que quanto maior a quantidade de colina ingerida pela mãe, melhor a performance da criança nos testes.
Mas é importante que fique claro que não basta apenas comprar multivitamínicos pré-natais sem avaliar muito bem o seu conteúdo, pois eles não costumam oferecer a quantidade recomendada de colina. Uma análise realizada por pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, revelou que nenhum dos 25 principais suplementos desse tipo supria a dose indicada do nutriente e no Brasil não é diferente. Em território nacional, existem poucos produtos que têm as quantidades adequadas de colina. Vale lembrar que é sempre necessário consultar seu médico para avaliar a necessidade de qualquer suplemento.