Cidades mais verdes respiram melhor
Pesquisa brasileira pode nortear políticas públicas frente ao aumento de doenças
Cientistas paranaenses descobriram que, quanto maior a área verde de uma cidade, menor o número de internações por problemas respiratórios.
Para chegar a essa conclusão, eles compararam dados do SUS e indicadores de infraestrutura e natureza fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Departamento Nacional de Trânsito.
O achado conta pontos a favor das árvores em uma discussão travada há tempos pelos especialistas.
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“Temos vários benefícios comprovados, porém havia a preocupação de que ter mais plantas no centro urbano aumentaria a incidência de alergias por causa do pólen”, explica a engenheira civil Luciene Pimentel, autora principal do trabalho e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Ela espera que suas descobertas incentivem governantes a investir mais em parques, praças e outros espaços conectados. “É preciso trazer a natureza de volta às cidades de maneira funcional, promovendo desenvolvimento”, afirma.
Benefícios para todos os lados
Motivos para investir na infraestrutura verde não faltam:
Adaptação: Manter e criar espaços como parques e bosques é fundamental para preparar as cidades para as mudanças climáticas.
Eventos extremos: As áreas livres de asfalto facilitam a absorção da água da chuva, reduzindo o risco de enchentes, e aumentam a resistência ao calor.
Sustentabilidade: A ideia é que haja espaços funcionais, que incentivem o desenvolvimento sustentável e gerem emprego e renda.
Ilhas de calor: Vários estudos mostram que as áreas verdes dissipam melhor a quentura acumulada em espaços repletos de prédios e carros.
Barulho: As árvores ajudam a amenizar a poluição sonora, pois conseguem filtrar e dissipar os sons urbanos. Atuam, assim, como uma barreira.
Poluentes: As plantas respiram gás carbônico e devolvem oxigênio ao ar. Além disso, retêm partículas finas, um tipo de poluição problemática.