Promoção: Revista em casa a partir de 10,99

Pediatria Descomplicada

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Garantir saúde, carinho e bem-estar na infância. Esse é o objetivo de cada linha escrita por Kelly Oliveira, pediatra e consultora internacional de amamentação.
Continua após publicidade

Mas o que é ser uma mãe “suficiente”?

Está chegando o Dia das Mães, e nossa colunista faz uma reflexão sobre o que é se doar para um filho, um processo único que não comporta comparações

Por Kelly Oliveira
7 Maio 2022, 11h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Todas, ou pelo menos a maioria das mães ao ler este texto, passaram por isso: assim que descobrimos a gravidez, iniciamos a saga nas redes sociais procurando roupinhas e dicas de sono e de rotina e passamos a acompanhar outras mães no Instagram.

    E, tão logo entramos no mundo da maternidade, deparamos com fotos e histórias de mães que amamentam por pelo menos dois anos, conseguem manter a casa impecavelmente limpa, deixam seus filhos sempre arrumados e de cabelos penteados e ainda os fazem comer todos os vegetais do prato. É difícil não se comparar, e aí acabamos vivendo a “síndrome da mãe insuficiente”.

    Eu, e talvez você também, não conseguimos acompanhar esse “alto padrão”, e, honestamente, se esse for o padrão-ouro da maternidade, definitivamente não sou mãe o suficiente. No final das contas, não poderia nem me considerar uma boa mãe.

    Mas, calma lá, quando olho para minhas filhas com um sorriso sincero no rosto, aprendendo coisas novas a cada dia, e converso com outras mulheres que se sentem “insuficientes” como eu, concluo que o sonhado patamar que muitas mães tentam alcançar é irreal.

    A sociedade de comparações tem criado uma batalha entre mães. Além dos padrões exigidos, há um monte de pontos de discussão: amamentação X mamadeira; chupeta X chupar o dedo; telas X livros; introdução alimentar tradicional X método BLW. Tudo é motivo para comparação.

    + LEIA TAMBÉM: Os artigos da pediatra Kelly Oliveira no blog Pediatria Descomplicada

    Só que, no meio dessa luta, quem realmente perde são as próprias mães, que insistem em ignorar a individualidade de seus filhos em prol da moda do momento. Em artigo publicado no livro Are You Mom Enough, a americana Christine Hoover diz o seguinte:

    Continua após a publicidade

    “Existe um perigo inerente em reunir mães em um quarto: imediatamente comparamos os marcos, as personalidades e os hábitos de sono de nossos filhos. Na verdade, estamos comparando a nós mesmas, imaginando se somos boas mães. […] Até pararmos de nos comparar ou de dizer a outras mães que elas deveriam ser mães de acordo com nosso jeito, vamos passar nosso tempo juntas nos sentindo isoladas e condenadas.”

    A verdade é que todas as mães têm o mesmo objetivo: criar os filhos para serem seres humanos respeitosos, responsáveis, inteligentes e capazes de contribuir para um mundo melhor. Capazes de realizar seus próprios sonhos e serem felizes.

    Por isso, essas discussões entre as mães não deveriam nem sequer existir. Não se trata de competição, mas de construção. A causa é maior. Então, imagine se, em vez de comparações e comentários destrutivos, cultivássemos empatia e acolhimento?

    + CONFIRA TAMBÉM: Dicas de presentes saudáveis para o Dia das Mães

    A maternidade já é um período especialmente desafiador. O que nós, mães, precisamos fazer é dar as mãos e apoiarmos umas às outras, ao invés de julgar a criação dos filhos alheios. Construir em vez de destruir.

    Continua após a publicidade

    Mas, afinal, qual é a melhor forma de maternar? Como posso ser uma mãe suficientemente boa? Como saber o que é melhor para os meus filhos diante de tanto palpite?

    A resposta é: depende. Depende de você e sua família, suas crenças e circunstâncias.

    Amamentar até os 2 anos é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e proporciona incríveis benefícios para o bebê e para a mãe. No entanto, existem mulheres que retornam ao trabalho e não conseguem manter a produção de leite ou que estão exaustas com o processo de acordar na madrugada com uma criança associando o peito ao sono.

    Da mesma forma, munida de todas as evidências em relação aos riscos e vantagens da chupeta, uma mãe pode decidir oferecê-la ao seu bebê. E eu pergunto: essas mães são menos mães? CLARO QUE NÃO! São simplesmente mulheres que estão buscando prover o que é melhor para sua família e para si mesmas.

    Continua após a publicidade

    Além disso, precisamos considerar que cada criança é um ser único, diferente do outro. Para quem tem mais de um filho em casa, é fácil perceber que as ferramentas usadas na disciplina e no ensino de um podem não funcionar para o outro.

    BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

    DISTRIBUÍDO POR

    Consulte remédios com os melhores preços

    Favor usar palavras com mais de dois caracteres
    DISTRIBUÍDO POR

    O estabelecimento da rotina e do momento de dormir pode ser mais tranquilo quando se tem uma criança que adormece no berço, mas pode ser um trabalho árduo quando o bebê chora diariamente com cólicas. Por essa razão, não podemos estabelecer um padrão. Nunca.

    As crianças, ainda que compartilhando o mesmo pai e a mesma mãe, são tão diferentes. E sabe de uma coisa? Essa é a maior beleza que podemos desfrutar ao criar os filhos. É uma forma de mostrar a todos os pais (e mães, principalmente) que não há motivo nenhum para se atordoar com comparações.

    Continua após a publicidade
    Compartilhe essa matéria via:

    Sem o mito da mãe perfeita

    Sabe o que você pode fazer todas as vezes que ver aquela mãe aparentemente perfeita e autossuficiente?

    Primeiro, entender que todas (repito: TODAS) as mães têm suas dificuldades. Pode ser que não compartilhem as mesmas lutas que você, mas certamente lutam. Quando olhamos o outro pelos olhos do outro, podemos enxergar suas dores também. Comece a enxergar com esse olhar, porque, onde tem amor de mãe, não cabe julgamento.

    Segundo, não coloque seu filho numa caixinha. Entenda que ele é único e, ao tentar moldá-lo para entrar nessa caixa, você pode prejudicá-lo. Confie no potencial dele. Precisamos dar colo, carinho, incentivo e segurança. O maior combustível para ele alçar voos mais altos.

    Continua após a publicidade

    Terceiro e último: entenda que você está fazendo seu melhor, e isso sim é ser mãe suficiente. Tenha por certo que o seu filho sabe quanto você o ama. Quanto se esforça e até mesmo quanto você se culpa. Ele sente o seu amor em cada gesto diário, seja ninando em seu colo, seja dando de mamar em madrugadas insones, seja cuidando dele quando está doente.

    Você é a melhor mãe que seu filho poderia ter. Embora não seja perfeita, você é a mãe suficiente. E isso basta.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    SEMANA DO CONSUMIDOR

    Assine o Digital Completo por apenas R$ 5,99/mês

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
    Apenas R$ 5,99/mês*
    ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

    Revista em Casa + Digital Completo

    Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
    Receba a revista em casa a partir de 10,99.
    a partir de 10,99/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.