O desejo de todos aqueles que iniciam uma dieta é saber quando ela irá acabar. E esse pensamento universal traz à tona a razão pela qual regimes não funcionam quando o assunto é emagrecer. Ou seja, ele pressupõe início, meio e fim — e, no fim, você volta os costumes que o levaram a engordar.
Vamos traçar um paralelo com atitudes reconhecidamente saudáveis. Quando não precisarei mais escovar os dentes? Ou quando poderei parar de tomar banho? Até acredito que algumas pessoas menos adeptas de práticas higiênica possam retrucar alguma gracinha agora, porém a resposta é nunca.
Assim é com a alimentação (e com a atividade física). Você sempre terá de pensar no que vai comer. E um bom exemplo para isso são os ex-atletas, que durante boa parte da vida treinaram e competiram por horas e mais horas. Quando a aposentadoria chega, o cansaço da rotina anterior empurra muitos para uma alimentação completamente desregrada e para o sedentarismo.
Só que escolhas alimentares irracionais nos levam para um modo de consumo mais saboroso, aromático e abusivo. A consequência disso já sabemos — e as levas de ex-atletas gordinhos nos ajudam a lembrar.
Ao encararmos o conforto que a vida moderna nos proporciona, nitidamente percebemos a redução do gasto calórico decorrente da tecnologia. Práticas como ir a pé até o banco ou para uma loja de roupas e utensílios deram espaço para os cliques nos smartphones e computadores.
Até a compra de comida se vale de aplicativos. Além de apresentar um mundo de escolha na palma da sua mão, eles permitem repetir o cardápio sem nem precisar olhar muito para a tela.
Como resolver esse desafio
O primeiro passo é prestar atenção no alimento no momento da ingestão. Na coluna passada falamos bastante sobre isso. Outro ponto importante: escolha os alimentos em etapas. Primeiro a salada, depois o prato principal e, se desejar de verdade, a sobremesa. Especialmente quando for uma refeição elaborada, valorize-a. Qualquer alimento merece ser degustado com calma e prazer.
Essa ingestão por etapas dá tempo para uma melhor absorção de nutrientes, o que traz a sensação de saciedade — sem necessitar de tanta comida. O oposto é o grande consumo de alimentos, que só vai interromper a ingestão por plenitude gástrica total.
Uma dica de ouro que comentamos em nosso livro O Fim das Dietas para criar esse hábito de comer lentamente: use o guardanapo entre uma garfada e a outra. E, somente após engolir o alimento completamente, dê uma nova garfada.