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Você realmente sabe o que é colesterol? E quando ele vira vilão da saúde?

Qual a diferença entre HDL e LDL? E quais os riscos quando os níveis de colesterol se encontram desequilibrados? Médico explica a prevenção e o tratamento

Por Edmo Atique Gabriel, cardiologista e cirurgião cardíaco*
10 jun 2022, 10h09

Certamente você já leu ou ouviu por aí que estar com o colesterol elevado é mau negócio para o coração. Mas será que sabe realmente o que é o colesterol? E que nem sempre essa molécula é sinônimo de um vilão avassalador?

Tenho uma boa e uma má notícia. A boa: nem todo colesterol está por trás de ameaças como o infarto. A má: muita gente subestima a importância de estar com as taxas equilibradas, o que, sim, aumenta o risco de doenças potencialmente fatais.

O colesterol em si é uma molécula essencial ao organismo, especialmente por ser integrante da membrana das células e participar da formação de hormônios. Saiba que até a integridade dos nossos dentes depende do colesterol.

Essa molécula pode ser encontrada em nosso corpo sob diferentes apresentações. São basicamente dois tipos, de acordo com as partículas que a carregam pela circulação. Temos a de alta densidade, a HDL, e a de baixa densidade, a LDL.

O colesterol carregado pela HDL é considerado “bom” pois não contribui para a formação de placas de gordura e a obstrução dos vasos sanguíneos, fenômeno que causa infartos e AVCs. Na prática diária, os cardiologistas estão constantemente buscando aumentar os níveis desse tipo.

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Isso pode ser alcançado com mudanças de estilo de vida, readequações na alimentação, prática regular de atividade física e uso de medicamentos como as estatinas.

O verdadeiro vilão é o colesterol LDL, fortemente associado ao processo de aterosclerose, o depósito gradual de placas de gordura dentro das artérias e na superfície de alguns órgãos, como coração e rins. Boa parte do colesterol é produzida pelo próprio corpo. Então, fatores genéticos influenciam os níveis da substância.

+ LEIA TAMBÉM: Por que precisamos encarar o colesterol alto de maneira mais séria?

Mas o estilo de vida também interfere aqui. Sabemos que, quanto mais cedo a dieta estiver desequilibrada e o sedentarismo estiver presente, maior o risco de os níveis de LDL subirem e haver depósitos nos vasos sanguíneos. Isso pode começar, aliás, nos primeiros anos de vida.

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Além das mudanças de hábitos, remédios podem ser prescritos para baixar esse colesterol perigoso. Um estudo coordenado pelo Instituto de Ciências Médicas e Cardiovasculares de Glasgow, na Escócia, demonstrou que uma redução na ordem de 50 mg/dL do LDL reduz em 22% o risco cardiovascular.

Muitas vezes, medicamentos precisam ser utilizados para proteger as artérias e os órgãos. Por isso, as pesquisas não param de buscar alternativas terapêuticas para controlar os níveis de colesterol. Afinal, pessoas com HDL reduzido e LDL elevado tendem a viver menos e com pior qualidade de vida em decorrência dos problemas cardiovasculares.

As intervenções medicamentosas e no estilo de vida para atingir taxas ideias de colesterol trabalham com as seguintes metas: manter o HDL  acima de 40 mg/dL e o LDL  abaixo de 100 mg/dL. Mas isso pode variar de acordo com o risco do paciente.

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O tratamento na prevenção e nas consequências

Para controlar os níveis altos de LDL-colesterol, as principais medicações empregadas hoje são as estatinas e o ezetimibe. No entanto, devido aos efeitos colaterais e à dificuldade de adesão entre algumas pessoas, outras opções terapêuticas têm sido investigadas, dentre elas o ácido bempedoico. Para pacientes com taxas muito elevadas, nos últimos tempos também vimos chegar alguns anticorpos monoclonais.

Os níveis de colesterol devem ser periodicamente acompanhados e, se for o caso, devidamente tratados para prevenir situações graves como infartos, tromboses e AVCs. Mas não é raro que tenhamos que tratar as consequências reais e por vezes devastadoras desse desequilíbrio entre HDL e LDL.

E isso normalmente é feito por procedimentos como cateterismo e instalação de stents e cirurgias cardiovasculares. Três importantes artérias podem ser acometidas pelas placas de gordura, com a formação de verdadeiras rolhas obstrutivas, frequentemente só eliminadas com tratamento cirúrgico. São elas as carótidas, as coronárias e a aorta.

As artérias carótidas ficam no pescoço e conduzem o sangue ejetado pelo coração até nosso cérebro. Uma interrupção significativa no fluxo sanguíneo pode causar um estado de isquemia cerebral ou mesmo evoluir para um derrame.

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As artérias coronárias são as que abastecem o próprio músculo cardíaco. São vasos sanguíneos que percorrem a superfície do coração, com várias ramificações que nutrem o órgão durante cada ciclo ou batimento. Obstruções aqui levam ao infarto do miocárdio.

ASSISTA: Como é feita uma cirurgia de ponte de safena?

A aorta, por sua vez, é uma grande artéria que sai do coração e passa pelo tórax e o abdômen. As principais doenças nesse contexto são o aneurisma e a dissecção do vaso. Ambas estão relacionadas ao enfraquecimento da parede da artéria e ao acúmulo de placas de gordura.

Com a dilatação progressiva de um trecho da aorta, a região pode chegar a ponto de romper, num quadro tantas vezes fatal. Portanto, a dissecção da aorta é mais comum em pessoas com hipertensão e colesterol alto.

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Temos hoje cirurgias, abertas e minimamente invasivas, para tratar o entupimento e o enfraquecimento de todas essas artérias. Mas o ideal é não deixar a coisa chegar lá. Por isso, fique atento aos níveis de colesterol (o bom e o ruim) e faça sua parte na prevenção.

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* Edmo Atique Gabriel é cardiologista e cirurgião cardiovascular, professor universitário e palestrante 

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