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Um plano de ações contra o câncer

Em meio a aumento de casos e atrasos no diagnóstico, é preciso agir de maneira acelerada para conter a emergência epidemiológica que se desenha na oncologia

Por Catherine Moura, médica sanitarista*
27 nov 2023, 10h18
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Ao mesmo tempo em que a medicina avança contra o câncer, o acesso a tratamentos preocupa (VEJA SAÚDE/SAÚDE é Vital)
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Na abertura do 10° Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, realizado em setembro deste ano, apresentamos um levantamento que procurou identificar as percepções dos profissionais especialistas em saúde e gestão sobre as ações que devem ser priorizadas no desenvolvimento de um plano de combate ao câncer para os próximos 10 anos.

Na pesquisa de opinião do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, foram abordados temas como políticas públicas, prevenção, assistência, gestão e financiamento, formação e pesquisa e participação social.

Entre as ações prioritárias para enfrentamento ao câncer, os respondentes indicaram o investimento em prevenção (com estratégias de rastreamento e diagnóstico precoce), ampliação da rede assistencial pública e adoção de modelos mais atrativos e viáveis de financiamento em oncologia.

Da parte do governo, como medidas de atuação imediata, o principal ponto colocado foi a necessidade urgente de melhoria na gestão pública e coordenação entre os entes para redução das ineficiências do SUS.

A melhor capacitação e qualificação dos profissionais da atenção primária (APS) foi a iniciativa de destaque quando questionamos sobre as ações para garantir uma abordagem mais abrangente, com 38% das respostas sobre o que deveria ser prioridade neste aspecto.

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A geração de dados, diligência e busca de novas fontes de recursos para a oncologia seriam, segundo os entrevistados, as principais alavancas para promover a sustentabilidade financeira.

Como conclusão, o alinhamento entre as partes envolvidas no ecossistema da saúde é fator imprescindível de sucesso para o direcionamento, priorização e consecução de políticas públicas efetivas e assertivas.

+ Leia também: Desigualdade racial atrapalha o diagnóstico e o tratamento do câncer

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Portanto, vimos ser imprescindível um engajamento de todos os atores, assim como o reforço do compromisso público de que o efetivo enfrentamento do câncer é uma agenda prioritária de Estado.

Este é um problema complexo, cuja a solução se mostra multissetorial e intersetorial. O Movimento Todos Juntos Contra o Câncer tem estreitado cada vez mais o diálogo com as autoridades, sempre no sentido de colaborar com a atuação sobretudo do poder Executivo.

Trata-se de uma emergência de saúde pública, uma emergência epidemiológica. A agenda pública para debater a questão deve ser positiva, e com ações rápidas, além de um plano de médio e longo prazos.

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Como Movimento, a partir da pesquisa realizada e do trabalho de advocacy que fazemos continuamente, apresentamos análise de problemas e propostas de soluções para construir, a exemplo de outros países, uma estratégia específica para a prevenção e combate ao câncer no Brasil.

Uma política estruturante é importante, com toda certeza. Mas, agora, precisamos unir esforços para agir de forma acelerada em relação a alguns tipos de tumores mais incidentes e de maior mortalidade no país, tendo o aspecto emergencial da questão como norte.

E, ainda, atuar pensando nos cânceres evitáveis, preveníveis e tratáveis, para ser possível a conquista de melhores resultados com uma ação estratégica. Sem esquecer, é claro, das neoplasias menos incidentes, cujos pacientes também necessitam de cuidado e suporte.

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Qualquer solução que seja proposta no âmbito da Política Nacional de Combate ao Câncer tem que acontecer de uma maneira efetiva, e para todos os pacientes. Toda vida importa, e a sociedade precisa saber e participar desse cenário.

* Catherine Moura, médica sanitarista, CEO da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) e líder do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer

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