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Tratamento da caspa ganha o reforço da toxina botulínica

Mas é importante associar o tratamento com outras medidas capazes de reduzir a inflamação e a oleosidade do couro cabeludo

Por Patrícia França (farmacêutica) e Lilian Brasileiro (dermatologista)*
Atualizado em 24 abr 2023, 16h22 - Publicado em 24 abr 2023, 16h22
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  • Amplamente usada no tratamento das rugas, a toxina botulínica do tipo A – o popular Botox – é um neuromodulador, ou seja, funciona como um “relaxante muscular seletivo”.

    Do tratamento da depressão à enxaqueca, a aplicação injetável dessa substância é respaldada pela literatura científica.

    Agora, a novidade é que, quando aplicada no couro cabeludo, a toxina botulínica também pode ser efetiva para o tratamento da dermatite seborreica, a famosa caspa.

    A caspa é uma doença que afeta 50% da população em algum momento da vida, tanto adolescentes quanto adultos.

    Quem tem caspa geralmente relata desconforto, ardência e coceira no couro cabeludo.

    Muitas vezes, há uma questão estética envolvida, já que as escamas brancas, prateadas ou amareladas se desprendem, impregnando as roupas.

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    Como a toxina botulínica age na caspa

    A ideia da aplicação da toxina botulínica é reduzir a secreção de sebo, algo respaldado por estudos recentes. Existem múltiplos mecanismos relatados e possivelmente envolvidos.

    O principal deles é o bloqueio na liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina entre os terminais nervosos e as glândulas sebáceas, o que diminuiria a produção de sebo.

    O tratamento deve ser feito com intervalo entre as aplicações de quatro a seis meses.

    Mas como a fisiopatologia da caspa envolve outras questões, como a oleosidade e a inflamação, o médico dermatologista sempre deve ser consultado para associar o tratamento com substâncias tópicas e orais.

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    Também é necessário controlar a atividade dos fungos do gênero Malassezia.

    Eles moram na superfície do couro cabeludo, vivem em simbiose e normalmente se alimentam da gordura presente ali.

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    Mas, em condições de anomalia, quando o paciente está com um excesso de produção de gordura pela glândula sebácea (por causa de estresse ou doenças, por exemplo), o microrganismo se aproveita disso, entra no folículo, muda a produção desses triglicerídeos e se prolifera.

    Com isso, há alteração do pH do couro cabeludo. Dessa maneira, a descamação aparece como uma resposta inflamatória.

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    Mais parceiros contra a caspa

    Os xampus podem e devem ser aliados no tratamento, mas devem contar com substâncias específicas – como defenscalp, que tem atividade antifúngica.

    Além de controlar a proliferação dos fungos Malassezia, a substância reequilibra a microbiota do couro cabeludo.

    Extratos vegetais, como bioex anticaspa, que previnem e combatem a descamação excessiva do couro cabeludo, também podem ser usados.

    Substâncias calmantes e anti-inflamatórias, da classe dos corticoides (betametasona ou clobetasol), podem ser inseridas em algumas loções e xampus.

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    Mas sempre é necessário associar a compostos fungicidas, bacteriostáticas ou fungistáticas, que inibem a proliferação dos micróbios.

    Outra famosa substância, o cetoconazol, tem papel na prevenção, evitando que a caspa fique fora de controle, e na infecção ativa, no momento de muita descamação.

    Piritionato de zinco, óleo de melaleuca, ácido salicílico, enxofre e sulfeto de selênio ainda fazem parte da lista de aliados.

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    Para completar, é importante a suplementação de substâncias que atuam na modulação da inflamação, como o FC Oral.

    A fórmula ainda pode contar com zinco, outro componente com atividade anti-inflamatória, e a biotina, que ajuda a regular a função da glândula sebácea.

    As formulações devem ser usadas sempre com orientação médica.

    *Patrícia França é farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos, e Lilian Brasileiro é dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia

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