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Pílula do dia seguinte: conquista que não deve ser banalizada

Especialistas mostram como essa opção ajudou no controle da natalidade e como deve ser seu uso na prática clínica

Por Adriana Dias e Marisa Ferreira da Silva Lima*
Atualizado em 28 Maio 2019, 10h00 - Publicado em 28 Maio 2019, 10h00
 (Ilustração: Catarina Bessel/SAÚDE é Vital)
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Os métodos anticoncepcionais evoluíram muito nos últimos tempos. Já contamos inclusive com medicamentos que previnem uma gravidez indesejada ou forçada mesmo quando a mulher não utiliza nenhum contraceptivo no dia a dia.

Apesar de o uso de anticoncepcionais ser realizado há décadas, a anticoncepção de emergência, comumente chamada de pílula do dia seguinte, é algo relativamente recente e passou a despertar maior interesse, ganhando difusão entre o público em geral, principalmente entre mulheres que não se valem dos métodos preventivos de longa duração ou se encontram em situação de risco de uma gestação inoportuna.

A maioria dos anticonceptivos atua de forma a evitar a gravidez antes ou durante a relação sexual. Já a pílula do dia seguinte dispõe de compostos hormonais concentrados e por curto período de tempo, agindo nos dias posteriores à relação sexual.

Diferentemente de outros métodos, sua indicação é reservada a situações especiais ou de exceção, com o objetivo de prevenir gravidez indesejada. Seu mecanismo de ação impede o encontro do espermatozoide com o óvulo. Portanto, não pode ser encarada como tática abortiva.

O uso correto

Essa forma de prevenção emergencial é facilmente encontrada em farmácias, e sua venda é feita sem prescrição. Nos serviços públicos de saúde, tanto na atenção básica quanto no atendimento à vítima de violência sexual, é oferecido gratuitamente o levonorgestrel de 0,75 mg.

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A medicação deve ser administrada pela mulher tão rápido quanto possível e, preferencialmente, em dose única dentro dos cinco dias que sucedem a relação sexual. As pessoas têm muitas dúvidas sobre os riscos e os benefícios do comprimido. Existem, de fato, alguns efeitos colaterais, tais como náuseas e vômitos, vertigem, dor de cabeça e nas mamas. Mas a pílula não provoca sangramento vaginal nem altera significativamente o ciclo menstrual.

O principal alerta é que o uso repetitivo ou frequente pode comprometer sua eficácia. É importante lembrar que os contraceptivos orais, sejam os de uso contínuo, seja o emergencial, não protegem o organismo de infecções sexualmente transmissíveis (HIV, sífilis etc.) — esse papel é desempenhado somente pelos preservativos masculino e feminino.

A pílula do dia seguinte é, sem dúvida, uma conquista das mulheres, mas não deve ser vista como opção de contracepção rotineira. Ter fácil acesso a um método de emergência não significa que seu uso deve ser banalizado.

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*Adriana Dias e Marisa Ferreira da Silva Lima são enfermeiras e coordenadoras do Programa Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo

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