Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Paciente com doença rara enfrenta desafios em busca do diagnóstico precoce

A jornada até a descoberta da doença envolve diversos passos. Médico fala sobre esse longo processo

Por Leonardo Oliveira Mendonça, imunologista e alergista*
28 fev 2023, 11h14
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A investigação de uma doença passa por várias etapas. O ponto de partida é quando o paciente busca atendimento médico em razão de sintomas incômodos, como dores e outros desconfortos que afetam seu bem-estar. Mas imagine uma pessoa que convive com uma doença rara. A busca pelo diagnóstico pode levar anos.

    Publicidade

    Há inúmeros fatores por trás dessa demora: a não especificidades de sintomas, o desconhecimento sobre o tema, a ausência ou falta de acesso a métodos de diagnósticos, entre outros. Esse atraso pode resultar em diversas sequelas, tanto físicas quanto emocionais.

    Publicidade

    Para encurtar essa jornada do paciente raro, existe um esforço mundial de médicos e pesquisadores.

    + Leia também: Como podemos ajudar quem tem uma doença rara

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Uma doença é considerada rara quando afeta uma pequena parcela da população. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é aquela que atinge até 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos.

    Na maioria das vezes, são quadros de caráter genético – significa que pode acometer inúmeras gerações da família e a pessoa vai conviver com a doença durante toda a vida.

    Publicidade

    Ao contrário do que se imagina, uma doença rara não começa a se manifestar necessariamente na infância: ela pode ter início somente na vida adulta.

    Continua após a publicidade

    No Brasil, estima-se que 13 milhões de pessoas convivam com doenças raras. Em São Paulo, o Hospital Nove de Julho, da Dasa, possui uma Unidade de Doenças Raras e Imunidade, formado por médicos de diversas especialidades.

    Publicidade

    Uma das iniciativas da equipe é justamente atuar com pesquisa. Em artigo recente, divulgado pelos médicos da Unidade, foi observado um atraso médio de mais de 10 anos para o diagnóstico de uma doença rara.

    Um caminho e tanto

    A jornada do paciente com doença rara é longa. O grupo de pesquisadores constatou que, antes do diagnóstico definitivo, a maioria dos pacientes (52%) foi atendida por pelos menos três especialistas, entre eles clínico geral, nefrologista e cardiologista.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Além disso, esses indivíduos necessitam de inúmeros exames para terem, enfim, uma conclusão do caso. Por esse motivo, é tão importante ter acesso a um centro especializado, que concentre a equipe de profissionais em apenas um lugar, facilitando ainda o acolhimento desse paciente.

    + Leia também: Epidermólise Bolhosa: luta das crianças-borboleta por uma vida mais digna

    Cabe destacar que, dentro do universo das doenças raras, há aquelas que são consideradas muito raras. É o caso da Amilodoise Sistêmica, que atinge menos de 15 mil pessoas no Brasil, e é responsável por provocar o acúmulo de proteína amiloide no coração, nos rins, no fígado e outros órgãos – esse quadro foi tema de artigo publicado pelos especialistas do Hospital Nove de Julho.

    Continua após a publicidade

    A doença tem como sintomas comuns fadiga, inchaço, fraqueza, falta de ar, dormência e formigamento, ou dor nas mãos ou nos pés etc. Por conta disso, a investigação costuma ser desafiadora e os pacientes vivenciam uma longa jornada e atraso na detecção e início do tratamento adequado.

    Avanços

    Uma das ajudas da ciência foi a realização do exame genético, que revolucionou o diagnóstico de todas as doenças raras, uma vez que, como comentei, a imensa maioria delas (80%) tem origem genética.

    Contudo, uma grande parcela da população ainda permanece sem um exame que comprove a doença.

    Continua após a publicidade

    A medicina e a ciência ainda podem contribuir (e muito!) para encurtar o caminho dos pacientes com doenças raras até um diagnóstico final.

    Algumas recomendações dos pesquisadores para facilitar esse processo são: educação médica, ampliação das ferramentas de diagnóstico, maior acesso a terapias e criação de mais unidades de referência para a investigação e tratamento de doenças raras.

    + Leia também: PAF: uma luz sobre a doença rara

    *Leonardo Oliveira Mendonça é médico imunologista e alergista, especialista em doenças autoinflamatórias e síndromes imunodesregulatórias, e coordenador do Centro de Doenças Raras e Imunidades do Hospital Nove de Julho.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.