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O que a poluição sonora tem a ver com a sua saúde

No livro "Em Suas Mãos", médico examina questões clássicas e outras não tão conhecidas que afetam nossa saúde — e orienta a lidar com elas. Leia um trecho!

Por Cláudio Domênico, cardiologista*
24 jun 2021, 19h16
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  • Hans Peter Wilhem Arp, pintor e poeta, disse certa vez: “Breve, o silêncio será uma lenda. O homem deu as costas para o silêncio. Dia após dia, inventa máquinas e dispositivos que aumentam o ruído e distraem a humanidade da essência da vida, da contemplação, da meditação […] apitando, uivando, gritando, batendo, rangendo, fazendo barulho […] amortece o seu ego. Sua ansiedade subsiste. Seu vazio desumano se espalha monstruosamente como uma vegetação cinzenta.”

    Arp estava certo. Nossa sociedade é barulhenta. E o barulho, a cacofonia estridente da vida moderna, também nos adoece, com danos diretos, como perda de audição e elevação da pressão arterial, mas também indiretos, como a redução do desempenho dos estudantes, aumento do estresse e diminuição da produtividade dos trabalhadores.

    Considerada a segunda maior forma de poluição, atrás apenas da poluição do ar, a poluição sonora é capaz de gerar efeitos nocivos crônicos à saúde. Sua intensidade é medida em decibéis (dB). Uma conversa normal, por exemplo, fica abaixo de 50 dB. Já sons acima de 70 dB causam desconforto. Quando um som ultrapassa 85 dB, o risco de dano auditivo é grande, e quanto maior o tempo de exposição, pior será o dano. Um ruído acima de 100 dB pode causar dano irreversível à nossa audição.

    foto da capa do livro
    (Foto: Intrínseca/Divulgação)

    Em Suas Mãos – Escolhas e Renúncias para Viver Melhor e com Mais Saúde
    Autor: Cláudio Domênico
    Editora: Intrínseca
    Páginas: 192

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    A poluição sonora também está relacionada a danos cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o agravamento de doenças crônicas, como a angina. E nesse caso o som nem precisa ser tão elevado para nos afetar. O barulho moderado por tempo prolongado pode gerar estresse, que, por sua vez, pode resultar em distúrbios cardiovasculares.

    Um estudo alemão denominado The Heinz Nixdorf Recall Study, publicado por Hagen Kalsch e colaboradores, analisou dados de pessoas que moravam perto de autoestradas e eram submetidas ao barulho do tráfego pesado durante todo o dia. Foram feitos exames de tomografia computadorizada do tórax, para determinação do grau de calcificação da principal artéria do organismo, a aorta. Quanto maior a calcificação na aorta, maior o risco de problemas no coração.

    Os resultados obtidos comprovaram a associação da exposição à poluição sonora ao aumento no grau de calcificação da aorta. Os pesquisadores atribuíram o resultado ao fato de que a poluição sonora é capaz de desencadear a liberação pelo organismo de hormônios ligados ao estresse e afetar a pressão arterial, os níveis de colesterol e elevar a glicose.

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    Apesar de tantos malefícios, o controle da poluição sonora não mobiliza a sociedade e as autoridades como deveria. Existem algumas iniciativas, mas nada efetivo. Numa tentativa de aumentar a conscientização, foi instituído em 1996 nos Estados Unidos o Dia Internacional da Conscientização sobre o Ruído, celebrado na última quarta-feira de abril.

    Nessa data, que no Brasil raramente é lembrada, habitantes de vários países fazem um minuto de silêncio. Por aqui temos, em 10 de novembro, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Em 7 de maio é comemorado o Dia do Silêncio. Pouca gente, porém, sabe disso, e as datas estão longe de conseguir a conscientização almejada.

    foto do autor
    O cardiologista Cláudio Domênico, que coordena o setor de cardio-oncologia do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro. (Foto: Leo Aversa/Divulgação)
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    Existe ainda a necessária, mas muito desrespeitada, Lei do Silêncio, que estipula que ruídos não podem estar acima de 70 dB durante o dia e 50 dB das dez da noite às sete da manhã. Se você está com dificuldades em entender o que as pessoas falam, se queixa de zumbidos e tem dificuldade em localizar de onde vem um som, procure ajuda especializada.

    Temos um longo caminho à frente, mas sugiro algumas medidas para evitar os efeitos nocivos da poluição sonora na saúde:

    * Cláudio Domênico é cardiologista e autor do recém-lançado Em Suas Mãos – Escolhas e Renúncias para Viver Melhor e com Mais Saúde (Editora Intrínseca), do qual foi extraído o trecho acima

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