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O papel do diagnóstico por imagem no combate à Covid-19

Exames como tomografia e raio-x ajudam na detecção da doença e são imprescindíveis em seu acompanhamento e na definição de condutas clínicas

Por Roberto Cury, radiologista*
8 dez 2020, 10h17
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  • Voltamos a observar uma alta de casos de Covid-19 em diversos estados do Brasil. Em novembro, as taxas de internações hospitalares e de exames laboratoriais positivos aumentaram cerca de 20% e 30%, respectivamente. Esse cenário reforça a importância das medidas de isolamento e dos cuidados preventivos para combater a pandemia, assim como a realização dos exames diagnósticos em caso de sintomas.

    Os exames mais lembrados quando falamos no coronavírus e, de fato, os recomendados para seu rastreio e detecção, são o RT-PCR (considerado padrão-ouro para identificar o vírus) e os testes sorológicos, que mensuram os anticorpos produzidos pelo organismo a partir do contágio. Com metodologias distintas, ambos têm indicações específicas para serem realizados.

    Pessoas já acometidas pela doença, com mais sintomas ou quadros mais graves de Covid-19 têm à disposição os exames de imagem, como o raio-x de tórax e a tomografia de pulmão. Esses recursos auxiliam tanto no diagnóstico como no prognóstico. Embora não façam parte do protocolo oficial de diagnóstico, são considerados complementares e fundamentais para acompanhar a evolução da doença em pacientes internados ou em recuperação.

    Para orientar a comunidade médica sobre os usos e condutas com esses exames, as entidades de classe têm publicado protocolos. A Sociedade Fleischner, por exemplo, publicou em abril que o exame de imagem não deve ser indicado para pacientes com sintomas leves, a não ser que estejam com risco de progressão da doença.

    Na mesma linha, o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) também não recomenda os exames de imagem para pessoas assintomáticas ou com sintomas leves, mesmo que tenham resultados positivos nos exames de rastreio.

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    Já para os casos de sintomas mais graves, os exames de imagem são indicados, inclusive para descartar outras infecções respiratórias que se assemelham à Covid-19, como a gripe H1N1, Sars e Mers. Além disso, são determinantes para entender os efeitos do vírus Sars-CoV-2 no corpo humano.

    Outra importante ferramenta de diagnóstico são os algoritmos de inteligência artificial (IA) associados a radiografias e tomografias de tórax. Os algoritmos de IA reconhecem rapidamente os padrões da doença nas imagens e, assim, priorizam os casos suspeitos para os radiologistas, agilizando o diagnóstico de quadros mais graves e auxiliando o médico em sua conduta terapêutica.

    Na Dasa, desenvolvemos estudos avançados nessa área. Um deles foi realizado no meio da pandemia, em tempo recorde. Trata-se de um algoritmo de IA para tomografia que quantifica o volume pulmonar, assim como outras características comumente encontradas nos pacientes com Covid. De forma quantitativa, além de alertar os achados suspeitos, o algoritmo ajuda a prever como será a evolução do paciente: se ele precisará de leito de UTI, de intubação e/ou outros recursos mais sofisticados.

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    A pandemia instaurou pelo mundo uma corrida colaborativa de pesquisas científicas, criando uma oportunidade de avanços sem precedentes para a medicina e para a saúde no planeta. O conhecimento compartilhado em relação aos exames de imagem tem ajudado a entender muito mais a doença e a fomentar novas descobertas quase que diariamente.

    Como parte integrante desse ecossistema, a Dasa reitera seu compromisso de transformar a saúde e acredita na colaboração como meio para vencer a pandemia e entregar uma saúde de mais qualidade a todos.

    * Roberto Cury é diretor médico de imagem da Dasa

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