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É ansiedade, fobia ou ataque de pânico?

Psiquiatra explica quais são os principais transtornos de ansiedade, suas diferenças e sintomas — e quando é hora de procurar um médico

Por Eduardo Tancredi, psiquiatra*
2 abr 2021, 12h42
foto de pessoa com ansiedade e desesperada
Transtornos de ansiedade abalam a mente, geram sintomas físicos e podem comprometer a vida social.  (Foto: GI/Getty Images)
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Palpitação, falta de ar, tensão muscular, sudorese, noites sem dormir… Uma ou outra dessas situações já deve ter feito parte da sua vida diante de algum acontecimento importante por vir — pode ser um aniversário aguardado, um casamento ou até mesmo uma prova difícil. E tudo bem! No entanto, se esses sintomas se repetem com frequência e trazem prejuízos físicos e sociais, é hora de procurar um médico.

Afinal, essas podem ser manifestações dos transtornos de ansiedade. Para você ter ideia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: o problema afeta quase 10% da população. Os transtornos de ansiedade incluem a chamada ansiedade generalizada, o pânico e as fobias. São queixas comuns nos consultórios psiquiátricos.

O tratamento dessas condições se baseia, em geral, na associação de psicoterapia e medicações. Vai depender caso a caso, porque não há uma única causa para o transtorno. Ela envolve fatores biológicos (predisposição genética), psicológicos (personalidade, traumas…) e sociais (ambiente, vivências…).

A indicação do tratamento também leva em conta a gravidade dos sintomas, seus impactos na vida do paciente e o tipo de transtorno. Por isso vale a pena entender melhor cada um deles.

O transtorno de ansiedade generalizada

Geralmente, a pessoa apresenta ansiedade e preocupação excessivas, e a sensação de apreensão ocorre na maioria dos dias por pelo menos seis meses. Ela pode estar associada ao desempenho escolar ou profissional ou a outros eventos sociais.

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O indivíduo não consegue controlar a preocupação, se sente inquieto e por vezes com a sensação de estar com os nervos à flor da pele. Também pode se sentir cansado ou irritado, com dificuldade de se concentrar ou sofrer com maior frequência aqueles “brancos” na memória. A ansiedade generalizada ainda prejudica o sono e gera tensão muscular.

O diagnóstico e o tratamento buscam, portanto, lidar com esse estado mental e evitar o sofrimento e os prejuízos sociais, acadêmicos e profissionais.

O transtorno e os ataques de pânico

Eles se destacam dentro dos transtornos de ansiedade como um tipo particular de resposta ao medo. A característica essencial do pânico é o surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos, durante o qual a pessoa pode experimentar:

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  • palpitação, sensação de coração acelerado
  • sudorese
  • tremores
  • sensação de falta de ar ou sufocamento
  • dor ou desconforto no peito
  • náuseas ou desconforto abdominal
  • tontura, vertigem ou desmaio
  • calafrios ou ondas de calor
  • formigamento de membros
  • sensação de estar distanciado de si mesmo
  • medo extremo de perder o controle ou morrer

É bom ressaltar que os ataques de pânico não são sinônimo de transtorno do pânico. Em muitos quadros de ansiedade, a pessoa tem ataques de pânico. No transtorno em si, a pessoa tem o medo de desenvolver um ataque de pânico, ou seja, é o medo do medo. E, aí, esse indivíduo tende a ter crises recorrentes.

As fobias

São marcadas pelo receio ou a repulsa acentuada diante de um objeto ou situação. Pode ser o medo exagerado de altura, de animais, de injeção, de sangue etc. O objeto ou situação que desperta fobia é ativamente evitado ou suportado com intenso sofrimento ou ansiedade pela vítima.

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Nas fobias, os sintomas se mostram desproporcionais em relação ao perigo imposto pelo contexto. E, não por menos, eles podem causar repercussões mentais, físicas e sociais consideráveis.

A fobia social é um dos tipos mais comuns e impactantes. É caracterizada pelo medo diante de uma ou mais situações em que o indivíduo está exposto a outras pessoas. Os exemplos são diversos: há quem não consiga manter uma conversa com alguém que não é familiar a sujeitos que não aguentam se sentir observados ou avaliados pelos outros.

O quadro pode iniciar na infância e continuar pela vida adulta, trazendo consequências como depressão e maior risco de alcoolismo. Tudo isso só reforça a necessidade de procurar um profissional de saúde se estiver sofrendo com esses sintomas.

* Eduardo Tancredi é psiquiatra, diretor médico da rede de clínicas de atendimento eCare Life e membro do comitê Asap (Aliança para a Saúde Populacional)

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