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Controle da asma grave reduz hospitalizações e as contas na saúde pública

Médico explica o que contempla o tratamento adequado dessa doença, cujas crises levam a internações e comprometem a qualidade de vida

Por Paulo Pitrez, pneumologista pediátrico*
Atualizado em 8 jul 2021, 09h51 - Publicado em 7 jul 2021, 10h42
foto de bexigas de água em formato de pulmões
Asma grave é subtipo da doença inflamatória que afeta quase 4% dos pacientes. (Foto: Lucas Kazakevicius/SAÚDE é Vital)
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Quando falamos sobre as consequências da falta de controle da asma grave, há duas principais questões que necessitam de atenção. A primeira é relacionada ao quadro de saúde do paciente, que pode sofrer com exacerbações dos sintomas da doença e precisar de atendimento no pronto-socorro ou até mesmo hospitalizações para sair de uma crise.

A segunda diz respeito ao impacto financeiro que a primeira situação gera para o sistema de saúde. Estima-se que a manifestação da asma grave pode custar mais de 146 milhões reais para a saúde pública, entre medicamentos, consultas de emergência e internações.

A asma representa, atualmente, a quarta maior causa de internações no Sistema Único de Saúde (SUS). São aproximadamente 350 mil casos por ano, que ocorrem pela má adesão ao tratamento adequado. Isso acontece, principalmente, devido à falta de conhecimento sobre a doença. Em outras palavras, grande parte dos pacientes acredita ter controle sobre a própria condição, quando, na verdade, apenas 12% da população asmática realiza o manejo correto.

Isso nos leva a um ponto muito relevante, mas pouco conhecido: a asma não é a mesma para todo mundo. Além de ser dividida em três tipos (alérgica, eosinofílica e mista, todos derivados da inflamação tipo 2), ela é classificada entre leve, moderada e grave.

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Das mais de 339 milhões de crianças, adolescentes, adultos e idosos com asma no mundo, cerca de 3,7% enfrentam a forma grave da doença e, mesmo com o uso de doses altas de corticoides e broncodilatadores de ação prolongada, acabam convivendo com tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar.

Esses pacientes têm maior chance de passar por crises graves, que podem demandar atendimentos em pronto-socorro ou mesmo hospitalizações. Além disso, as infecções respiratórias, particularmente de causa viral, são um dos mais importantes fatores de risco para exacerbações, insuficiência respiratória aguda e outras complicações, que representam risco de vida para o paciente.

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Entretanto, o manejo adequado da asma a partir do acompanhamento médico, de adaptações no estilo de vida e da realização do tratamento correto pode ajudar a minimizar esse cenário. Para obter o controle ideal da asma, é fundamental que o paciente entenda o perfil da sua doença e reconheça os fatores que podem levá-lo à crise.

Alguns estudos mostram que os pacientes entendem o controle da asma de maneira diferente dos profissionais da saúde, com base na rapidez com que seus sintomas desaparecem ao tomar a medicação de alívio. Por conta disso, a educação sobre a doença deve ser reforçada em consultas, campanhas de conscientização e programas de apoio ao paciente, sempre ressaltando o papel do tratamento no longo prazo, tanto para conter os sintomas como para prevenir exacerbações e complicações.

Atualmente, com os tratamentos medicamentosos disponíveis, todo paciente pode e deve buscar com seu médico o controle total da doença, independentemente da gravidade, pois a asma é considerada uma condição tratável. Por fim, é importante lembrar que, além do uso de medicações conforme a recomendação do profissional, quem convive com a asma precisa se engajar numa rotina de hábitos saudáveis: não fumar, realizar atividades físicas de maneira regular, ter uma alimentação balanceada, evitar medicamentos e alimentos que possam causar reações alérgicas e controlar o peso.

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* Paulo Pitrez é pneumologista pediátrico, head do Instituto de Pesquisa Moinhos do Hospital Moinhos de Vento, membro do Comitê Científico da Global Initiative for Asthma (GINA) e Presidente do Grupo Brasileiro de Asma Grave (Grupo BraSA)

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