Assine VEJA SAÚDE por R$2,00/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

Congelar óvulos ou embriões? O que a ciência recomenda?

Demanda se popularizou, mas muitas mulheres que querem adiar a maternidade têm dúvidas sobre a melhor opção. Médico esclarece

Por Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana*
23 jun 2022, 09h48

As técnicas de reprodução assistida passaram por avanços revolucionários e garantem hoje a fertilidade de inúmeros casais e o nascimento de milhões de bebês pelo mundo. Possibilitam, além disso, adiar ou postergar a maternidade para um período que a mulher julga mais propício.

Desde que o primeiro bebê nasceu por meio da fertilização in vitro, ainda em 1978, tivemos inovações e conquistas notáveis nesse campo da medicina. E elas envolvem também o congelamento de óvulos e de embriões.

O tema está na boca do povo agora, mas, afinal, pensando numa maternidade mais tardia, o que a ciência recomenda: congelar óvulos ou embriões?

+ LEIA TAMBÉM: Como é feito o congelamento de óvulos?

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que essa é uma escolha individualizada, que deve levar em conta fatores pessoais e indicações médicas. O congelamento de óvulos é mais interessante para mulheres que não têm parceiro e desejam postergar a gestação, aumentando a chance de engravidar no futuro, seja com um futuro parceiro, seja numa maternidade solo.

Por outro lado, orientamos a realização da fertilização in vitro e o congelamento de embriões no caso de mulheres que têm relacionamento estável e procuram, dentro dos planos do casal, adiar a gestação. Ou ainda quando há a pretensão de se ter dois ou três filhos futuramente.

A vantagem do congelamento de óvulos é que eles pertencem apenas à mulher. Então é possível fazer a fertilização in vitro, posteriormente, com qualquer sêmen, sendo de um parceiro ou doador, e ela pode descartar o material guardado a qualquer momento.

Continua após a publicidade

BUSCA DE MEDICAMENTOS Informações Legais

DISTRIBUÍDO POR

Consulte remédios com os melhores preços

Favor usar palavras com mais de dois caracteres
DISTRIBUÍDO POR

Pensando no congelamento do embrião, temos a vantagem de saber com antecedência se existem anormalidades genéticas capazes de comprometer a gestação ou a saúde da criança. O congelamento de óvulos não permite isso, uma vez que estamos na posse de apenas uma célula.

Um embrião sem problemas do ponto de vista cromossômico nos dá, quando transferido para o organismo da mãe, uma chance de 60% de virar um bebê. Quanto aos óvulos, porém, essa estimativa vai depender muito da quantidade e qualidade das células, inclusive porque há maior risco de perder óvulos ou algo afetar seu desenvolvimento esperado no processo de descongelamento.

Continua após a publicidade

Portanto, só posso confirmar a qualidade do óvulo após ele ter sido fertilizado e avaliarmos o desenvolvimento do embrião.

+ LEIA TAMBÉM: Nove perguntas e respostas sobre fertilidade

Para botar em números, a taxa de sobrevivência ao descongelamento é melhor em embrião (98% a 99%) na  comparação com os óvulos (92%).

Continua após a publicidade

Uma questão que não deve ser ignorada no congelamento de embriões é que eles pertencem ao casal e, havendo separação no futuro, será necessário um acordo entre a mulher e o ex-parceiro sobre qualquer decisão envolvendo os óvulos fecundados.

Fora isso, o embrião não pode ser descartado antes de três anos de congelamento e isso requer autorização judicial, segundo nova resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM). Portanto, a burocracia envolvida no descarte de embriões é muito maior do que a de óvulos.

Existem várias nuances que devem ser levadas em consideração ao partir para um ou outro caminho. O melhor a fazer é conversar com o médico especialista e pesar os aspectos pessoais e as evidências científicas antes da decisão.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

* Rodrigo Rosa é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana. É membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), fundador e diretor clínico da Mater Prime e sócio-fundador do Mater Lab, em São Paulo

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.